Vitória...
Não aguentei ficar na sala até o sexto horario e sai no quinto.
Fui por quarto e pretendia me jogar na cama e fazer vários nada. Mas quando cheguei lá Guilherme estava sentado na minha cama olhando fixo pras mãos fechadas e Gabriel estava em pé do lado dele
-Oi gente. Filando também?
-Vitória que porra é essa?- Guilherme falou abrindo a mão e deixando visível o "presente" de Carlos
Eu gelei, me voltei pra porta e tranquei
-Como você achou isso?- fui tomar da mão dele mas ele se levantou
-Isso importa? Isso aqui é droga, cocaina Vitória.
-Fala baixo por favor, tá maluco?
-Eu? EU?- Gritou mais ainda
Olhei pra Gabriel e ele balançou os ombros.
-Guilherme, me dá isso aqui. Vai.
-Você acha que eu vou te dar isso? Sonha.
-Isso é meu, você não pode pegar assim não.
Ele me olhou incrédulo um tempão
-Sabe o que eu faço com isso vitória?- foi em direção ao banheiro e eu o segui
-Guilherme? GUILHERME !
Ele despejou o pó no vaso e deu descarga.
-Aí. Pronto.
-Vai se fuder Guilherme.
Ia sair do banheiro mas ele segurou meu braço
-Tu acha que eu to errado? Tu acha que isso te faz bem?
-EU DECIDO ISSO! Quantas vezes eu vou ter que repetir que você não tem esse direito?
-Inúmeras vezes! Quando se tratar disso, eu vou fazer questão de me intrometer na sua vida.
Me soltei e sai dali o mais rápido possível, passei por Gabriel que estava com uma cara de bunda enorme, mas só o ignorei.
Queria xingar, gritar e principalmente matar Guilherme.
....
Guilherme...
-Ela tem razão!-Gabriel falou pela primeira vez- você não tem esse direito.
-A razão tem seus limites.
-Não precisava ter jogado fora.
-Porque? Tu ia brotar aqui de noite pedindo um pouquinho a ela?
Ele fechou a cara no mesmo instante
-Você sabe que eu não uso isso.
-Não mais. E se tu não se esqueceu eu que te tirei desse b.o.
-Eu não me esqueci de nada. Mas essa sua mania de achar que pode ir enfiando o nariz na vida dos outros tá errada.
-Era pra eu deixar ela usar? Continuar se fudendo?
-Existem outras maneiras menos radicais.
-Qualquer maneira vai deixar ela bolada. Elimina logo o mal pela raiz.
Ele negou com a cabeça e fez um sinal de positivo na mão antes de sair.
Podia quebrar qualquer coisa que aparecesse na minha frente agora. Eu estava com raiva e ao mesmo tempo medo.
Medo de ter passado dos limites. Medo de ter me metido de mais.
Mas todos meus amigos, ou a maioria, já se envolveu com droga e quase todos se ferraram.
Odeio a bipolaridade de sentimentos que tenho em relação a Vitória. Ela me faz surtar e sorri.
Tudo isso num curto intervalo de tempo.
....A porta do quarto abriu depois de um tempo e Lucy e Megan entraram.
Lucy foi direto pro banheiro e Megan ficou mexendo no celular.
E eu continuei deitado, como estava antes. Remoendo toda minha raiva.
...
Megan...
Lucy e eu tinhamos tido uma mini discussão que logo se encerrou porque nenhuma das duas queria prolongar.
Então depois que bateu a aula a gente resolveu vim pro quarto.
Tinha alguma coisa estranha com Guilherme, ele estava acordado mas tava quieto. Não fez nenhuma piadinha. Nem nada.
Me sentei do lado dele e o cutuquei. Ele não respondeu. Fiz novamente e ele resmungou.
-Que é Megan?- falou sem se virar
-O que foi?
-Nada.
-Eu conheço seu nada. E quase sempre significa tudo. -apoiei minha mão no seu ombro tentando o fazer se virar
Num ato repentino ele se virou, apoiou a cabeça no meu colo e começou a chorar baixo.
Foram poucas as vezes na vida que eu vi Guilherme desabar, ou chorar. Nem quando a gente namorava.
Lucy saiu do banheiro e me encarou confusa.
Ela perguntou o que aconteceu sem emitir som.
-Não sei.- respondi do mesmo jeito
Lucy sentou na cama dela e ficou encarando e volta e meia mexendo no celular.
Já eu fiquei ali fazendo cafuné em Guilherme e ouvindo ele chorar.
...
Lucy...
Eu já estava a um bom tempo vendo aquela cena e inúmeras situações se passaram na minha cabeça.
Decidir que era melhor eu sair e deixar Megan conversar com ele.
Afinal eles são mais íntimos do que eu e Guilherme. Eu tava sobrando ali.
Fui procurar Gabriel tentando não ser pega. Já que ainda estava tendo aula.
Bati na porta do quarto dele e ninguém abriu. Liguei pra Gabriel e nada. Depois pra Alex que atendeu mandou eu abri.
-Oi.- falei vendo ele deitado e Camila com a cabeça apoiada no seu colo dormindo
-Vocês voltaram?- eu perguntei baixo
-Não. Ela estava chorando quando eu cheguei. Aí eu consolei ela e depois ela dormiu.
-E ela tinha o que?
-Não sei. A gente não conversou. Ela não parava de chorar.
-Porque diabos todo mundo decidiu chorar hoje? Qual o caso?
-Quem tá chorando?
-Guilherme tá la debruçado em lagrimas no colo de Megan.
-porque?
-Não me faça perguntas para as quais não tenho respostas.
Eu sentei na cama de Alex e fiquei lá vendo ele encarar Camila e mecher no cabelo dela.
Dava pra ver que ele ainda gostava dela. Tinha preocupação e amor nos seus olhos.
Isso me fez pensar se ele realmente não tinha se arrependido do que fez.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Colégio interno 2.
Teen FictionÚltimo ano da nossa personagem principal, novos personagens apareceram e os antigos iram dar as caras novamente. O segundo livro da série traz a história de dois primos que guardam segredos e que vivem uma vida na qual correm constante perigo ,apesa...