I don't know my name.

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Vitória...

Depois da treta que tive com Gabriel eu nem sai. Acabei voltando pra casa e fiquei a tarde inteira assistindo.

Meu pai vinha uma hora ou outra no meu quarto checando se eu estava viva.

Dormir tão cedo que nem tomei café.

Acordei já era umas onze horas. Peguei meu celular pra mexer nas redes sociais e ver o que as pessoas estavam falando.

Tinha muitas coisas sobre a escola ainda. Várias coisas sobre nos e o nosso envolvimento no crime.

O que me deixou muito chateada, já que não havia nenhum envolvimento. Há não ser o fato de Gabriel e Guilherme serem parentes de Carlos. Mas fora isso nada mais.

Fui abrir a cortina pra entrar a luz do dia e me deparei com um grupo de pessoas na porta da minha casa.

Repórteres, câmeras ,pessoas curiosas.

Fechei a cortina novamente e desci a procura dos meus pais.

-Vocês viram isso lá fora?- perguntei quando os encontrei na cozinha

-Sim.- minha mãe falou

-Eles podem ficar aí?

-Na calçada podem. É propriedade pública.

-Meu Deus, só faltava essa.

-A escola emitiu um comunicado na página oficial dela. Algo sobre o período de volta as aulas e homenagens.

Peguei meu celular e chequei a página da escola no Facebook.

Havia um comunicado que dizia que as aulas voltariam daqui a um mês. Mas que a primeira semana não era obrigatória. Só iria quem se sentisse a vontade.

"Sabendo dos estragos emocionais e físicos que esse incidente causou em todos nós professores; alunos; país; etc. A diretoria informa que o retorno das aulas do acontecerá daqui a um mês, sendo que a primeira semana não é obrigatório a ida dos alunos.

Ainda sobre esse assunto, na Quinta-feira (2) a escola realizará uma missão de sétimo dia, em homenagem as pessoas que perdemos no atentado."

A mensagem terminava com uma frase de apoio aos pais e estudantes.

Eu não sei se iria pra essa missa, mas provavelmente meus pais iriam me obrigar a ir.

Tomei um café e subi pra escovar os dentes e tomar um banho. Vesti uma roupa fresca e desci pra assistir alguma coisa.

Meus pais estavam no quintal, falando de mim e se não seria melhor me tirar do colégio.

Era só disso que eles falavam depois que eu voltei pra casa. Pelo menos estavam juntos, isso já contava.

A campainha tocou e eu me arrasei pra ir atender. Um menino de mais ou menos 15 anos estava parado na porta.

-Pois não?

Ele tirou uma embalagem de presente pequena do bolso em formato de saquinho.

-Presente do Carlos.- falou e deu um sorriso amarelo

Fechei a cara na hora ao ouvir o nome

-Pode levar de volta e manda ele enfiar isso aí...

-Calma. Eu so sou o mensageiro.

-Eu não ligo. Sai daqui e leva isso contigo.

-Foi mal morena, mas minhas ordens era pra voltar sem isso.

Colégio interno 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora