Capítulo 13

6.1K 385 135
                                    

Com o passar das horas, o sono já tinha me consumido, aos poucos a minha energia explosiva foi substituída por uma vontade de dormir, olhos pesados, concentração diminuída até eu conseguir pegar no sono, virada para a janela com meus agasalhos confortáveis e a minha mão sobre ela para que não doesse.

— Queria que soubesse da verdade... — eu abro os meus olhos com Johanna afagando aos meus cabelos levemente, ainda estamos na estrada, só que tudo parece mais lento e silencioso, até mesmo o barulho dos carros diminuiu a ponto de só ouvir um a cada dois minutos ou mais.

Depois disso não ouvi mais nada, só que foi o suficiente para que eu ficasse em alerta, ela não estava vendo o meu rosto, mas eu estava desperta, encarando o preto das portas e sentindo o cheiro do couro macio em minhas costas, então me ajustei e franzi os lábios sem conseguir pensar no que ela queria dizer.

Será que estava mesmo falando comigo?

* * * * *

Reabri os olhos quando senti o carro parar e a porta do motorista se abriu deixando uma corrente gelada entrar, eu olhei ao redor logo que ela a bateu, estávamos em um posto de combustível próximo a uma estrada com mata alta, próximo dali havia uma placa dizendo: "Riverdale next stop — 10Km". Bocejei audivelmente e a procurei pelo lugar, ela estava longe, na loja de conveniências.

Um homem se aproximou trazendo consigo a bomba de gasolina e a inseriu no carro.

Eu desembarquei pela minha porta, só então notei que estava com seu agasalho sobre minhas costas, tão quentinho!

Segui para a loja de conveniências instantes depois e quando a porta automática se abriu, ela me viu ao longe e sorriu chamando para que eu me aproximasse.

— Ei.

— Ei...

— Vamos comer, pedi algo para a gente, não queria desperta-la, estava dormindo tão profundamente.

Eu sorrio timidamente, pego em sua mão e seguimos até uma mesa no canto direito do pequeno local que tinha pisos brancos laminados, um balcão com vidros aprova de balas e um vitral circular que tomava praticamente toda a loja, desse local dava para ver o carro e a estrada deserta lá na frente enquanto a negritude da noite avançava.

Assim que nos sentamos, Johanna ajusta o casaco em meu ombro para que ficasse mais confortável.

— Você é tão carinhosa. Suas outras namoradas devem ter gostado bastante — olho sobre seus ombros, tem uma mão sobre os cabelos enquanto a outra vagueia sobre a minha. — Me fala sobre elas?

— Agora não, talvez outra hora.

— Mas eu queria saber...

— Agora não, Cecilia — repetiu ela, mais séria, um tom mais alto, suficiente para me fazer recuar. — Oh veja, nossos lanches chegaram.

Uma moça com os cabelos dentro de uma touca de cozinha chega até nós trazendo dois hambúrgueres grandes — incluindo um de frango, owt, ela se lembrou! Um refrigerante com dois canudinhos e o seu troco em uma bandeja prateada.

Olhei para ela com uma expressão mais baixa e acuda, enquanto seu olhar estava mergulhado no prato separando as coisas. Não queria mais tocar no assunto já que parecia incomodo.

— Isso... parece bom, e... obrigada por se lembrar do meu problema com carnes.

— Se você não me retribuir com peixe, garanto que seremos grandes amigas.

Nós rimos e ela tinha uma aura leve ao seu redor quando estava mais confortável.

— Pode confiar em mim, sem peixes, prometo.

Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora