— 2 Dias depois.
Ela estava em todos os meus sonhos, em qualquer momento o pensamento de uma garota apaixonada estava focado nela, naqueles olhos, naquela boca gostosa que percorreu todo o meu rosto não só naquele momento que veio e passou tão rápido, mas também em todos os outros que demos no caminho de volta de Riverdale até aqui, na porta da minha casa.
Naquela manhã eu não sabia o que fazer, estava encantada com o que chamam de "amor", me descobri como uma provável lésbica, mesmo que jamais tivesse ficado com outra pessoa, senão Johanna Mitchel, uma mulher.
Em algum momento, eu sabia que ela estava me protegendo, garantindo que no final da noite rolasse aqueles beijos já que ela sabia como me seduzir e nem mesmo a minha timidez foi suficiente para impedir que acontecesse.
Não sei se é cedo para dizer que estou apaixonada — afinal, não sabia o que era aquilo, mas posso adiantar que sinto tudo o que uma pessoa nessa situação precisa sentir: Formigamento? Confere, tesão de um beijo que faz o "pau" crescer? Confere. Falta de ar quando sou tocada? Confere, confere, confere!
Eu despertei hoje como foi no dia de ontem, com energia para viver.
No meu celular, vi uma mensagem e só podia ser dela — sempre era, já que mesmo o mundo tendo dado uma volta completa no sol desde os últimos 365, eu continuava com uma gama limitada de amigos.
Ela: Bom dia, querida, sempre pensando em você.
Eu suspiro, respondo de pressa mesmo que sem expectativa de que ela vá me responder, era a minha hora de despertar, precisamente as 6:00 para o primeiro dia de trabalho valido do ano, claro, ele não seria um dia perfeito com aquele assunto de Barnes perdurando e aquela maldita da Clark para me encher o saco e tornar o meu bom trabalho, mais difícil.
Respondo para Johanna.
Eu: Durmo e acordo pensando em você, ansiosa para nos vermos novamente.
Desde o dia 30, eu tenho fugido de mim mesma, abandonei o meu pobre computador no canto, desligado, pegando poeira e as minhas séries e desenhos favoritos para curtir Johanna, e desde esse dia que eu não me tocava, não sentia o prazer das minhas próprias mãos, isso era o suficiente para que em todas as manhãs despertasse excitada, primeiramente pela vontade de fazer xixi e depois pela obscenidade dos meus pensamentos com Johanna, cada vez mais intensos.
Ela disse que ficava molhada com palavras e coisas sacanas ao pé do ouvido, mas eu não sabia como recita-las, apenas como recebe-las e recebe-las bem.
Eu me seguro por alguns instantes antes de correr para escolher alguma roupa, esquecendo as mais antigas que estavam estocadas no armário.
A que usei no dia do ano novo estava pendurada em um cabide, a outra, que ganhei de presente depois do natal estava guardada em um espaço especial, separada para quando eu quisesse. Droga... talvez precise reformular o meu armário, mas ganhando apenas 500 Euros por semana era difícil conciliar as minhas despesas pessoais com as despesas da casa e da família.
Olho a minha bolsa, nela há uma caixa de maquiagem que Johanna resolveu me dar após eu tê-las usado, recusar ou aceitar era a mesma coisa para ela, ela insistia que eu tivesse tudo o que desejava.
Eu me troco, visto uma camisa do Star Wars e calças um pouco mais ousadas que não chegavam a me marcar, mas eram um tanto mais apertadas em minhas pernas e na virilha e finalizo com um tênis preto e branco, oh, maquiagem cairia bem, segundo Johanna. Eu saio para a cozinha e mamãe já preparou o meu café.
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Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDO
ChickLitSinopse Cecilia Winsloe é vista por todos como uma estranha e reclusa garota. Aos doze anos descobriu ser hermafrodita - uma anomalia genética em seu corpo que a faz ter caracteristicas de ambos os orgãos; masculino e feminino. E que transforma sua...