Capitulo 37

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Esse era o mais bonito, e Johanna sabia disso, pois suas mãos foram diretamente nele e o retirou do cabide enquanto eu provava a decima muda de roupas. Para mim tinha ficado "bom" e para ela apenas "Mais ou menos", mas entramos em um consenso de que realmente ficava bom. Sem contar que ela havia dito que eu escolheria as minhas roupas. Por que não fazê-lo? Eu iria usa-las e já que ela insiste em não me deixar pagar, eu não tenho alternativas plausíveis senão A: Aceitar ou B: Deixar para lá, mas que desfeita seria essa? A minha namorada estava disposta a me comprar coisas e disse que iria custear a minha transformação desde que eu aceitasse suas condições.

Será que em algum momento vou ter poder de escolha?

Eu sai do provador com um vestido curto de cor violeta com apenas uma alça e um par de calçados fechados com zíper do lado e saltos curtos dos quais eu não sabia como me equilibrar já que raras vezes usei isso para sair e a sensação era de crescer dois metros, eu olhei ao redor da loja me sentindo mais alta.

A loja era composta por uma tonelada de roupas postas em manequins chiques e magras sem rosto, a decoração era um luxo, paredes folheadas por madeira envernizada, logotipos por todos os lados, prateleiras de cristal e as milhares de marcas espalhadas para todos os gostos possíveis.

Eu tento parecer natural quando ela se levanta do banco retangular de provar sapatos e caminha graciosamente até mim, onde afasta os meus cabelos para costas e acaricia a minha barriga levemente tirando medidas.

— Está lindo, querida. Se lembra do que eu disse sobre combinações de cores?

— Sim, neutras e neutras, coloridas e coloridas. Algo que realce a pele e as curvas é melhor visto do que algo muito curto ou muito longo.

— Ótimo. Vejo que entendeu os meus conselhos e não vai fazer feio — ela se senta e cruza as pernas nuas do shortinho curto cor bege, os saltos abertos expondo aquele maravilhoso par de pés. — O que você deve usar a noite?

— Cores marcantes, mas depende do evento.

— Bom. E quanto ao vestuário para uma noite de sexo?

— Vou vestir um que gostei muito. Espero que você goste.

— Só de ter você trajada nele já é uma visão de deus, querida.

Eu sorrio tímida e sigo de volta para o provador onde não levo muito tempo para trocar o vestido curto por algo que para mim seria obsceno se não estivesse na presença apenas de Johanna e das moças da loja que mantem uma boa privacidade aos seus frequentadores. Tanto que não há olhares curiosos quando saio do provador trajando apenas um lingerie vermelha com uma calcinha preta, adornos de rosa, uma meia longa que já vem com uma cinta fina e um visual tomara que caia com bordados no decote. Eu ponho a mão na minha frente.

— Meu deus... Sabia que eu gostaria de arrancar todos esses panos com os meus dentes, Cecilia?

— Seria uma delícia — ajusto a meia em minhas pernas que nem de longe posso dizer serem sensuais se comparadas as dela. — Entretanto, se contenha apenas com a vista... custa 699 euros.

— Só? — ela questiona de longe, apoia as mãos no banco. — Compre.

— Tem certeza? Eu... não preciso de algo tão caro, só queria te mostrar porque é bonito.

— Sou eu quem vou te despir, querida. Tenho o direto de ter boas visões antes de... te abocanhar — ela sussurra a última parte e eu tapo meu rosto sentindo corar. — Além do mais, pode usa-la amanhã à noite para uma sessão de prazer na minha casa.

— Parece tentador.

Como não sei responder as suas investidas? Se eu fosse Selene, talvez se fizesse de difícil, ou melhor, lhe devolveria provocações atiçando sua curiosidade acerca do que eu posso fazer, mas eu não sei nada!

Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora