Meu Indomável Desejo (Livro 1) - CONCLUIDO

Capitulo 33.1

De repente, eu senti que estava caindo. Mas tudo não passou de uma sensação ruim.

Eu despertei com um suspiro, meus olhos estavam embaçados e algo martelava duro na minha cabeça. Eu fechei um dos olhos, acho que peguei no sono. Talvez fosse a resposta para isso, e o pior era a dor de cabeça como resultado de ter bebido muito vinho.

Eu olhei para a garrafa e ela estava vazia, nisso, minha tia resolveu aparecer de repente. Estava bonita em trajes sociais; um vestido preto apertado na cintura, uma blusa branca de mangas e com renda no decote discreto, além dos cabelos escovados e um batom vermelho na boca carnuda.

— Bom dia, Cecilia.

— Por deus, tia. Acho que dormi na mesa. Me desculpa.

— Tudo bem. Quando sai do chuveiro você já tinha adormecido, não queria acorda-la. E ai, quais são seus planos para hoje? Não pode ficar nessa depressão. Isso te faz mal.

— Eu não sei, tia. Para onde vai?

— Tenho uma entrevista daqui a algumas horas. Você se importa de ficar sozinha?

Balanço a cabeça que não.

Não levou muito tempo para que Marry também surgisse na minha visão vindo do quarto. Ela, ao contrário de Tia Betty, parecia bem menos preocupada com o tempo, visto que ainda trajava roupas de ficar em casa. Ela cruzou a cozinha e foi até a geladeira pegar algo para beber.

— Betty tem razão, Cecilia. Você precisa se levantar e lutar contra si própria.

De repente ouvimos um toque na porta e tia Betty foi a primeira a se manifestar, enquanto que a minha manifestação foi uma martelada na cabeça. Estou numa ressaca? Sério?! Isso parecia atraente visto que nunca estive em uma e a experiência não foi agradável.

Tia Betty abriu a porta e a luz do dia entrou invadiu o cenário, luzindo toda a cozinha.

— Posso... ajuda-la? — ela pergunta.

— Sou Johanna Mitchel... vim por Cecilia.

E eu olho de uma vez para Marry, que apenas levanta a sobrancelha e depois derruba seu olhar sobre mim. Eu olho para trás e não consigo descrever o que sinto, nem mesmo de confirmar que uma Johanna Mitchel estava lá fora, parada, olhando na minha direção e tia Betty dividindo olhares para dentro de casa.

— Por favor... entre — Betty lhe dá acesso e ela dá apenas um passo a dentro antes de jogar os cabelos para o lado.

Johanna estava em um visual chique, parecia que todos combinaram de se vestir de tal forma. Ela estava trajada em uma camisa de seda vermelha com adornos de rosa no decote, calças pretas soltas ao corpo, saltos altos e uma maquiagem sensual, lábios vermelhos vibrantes e cabelos alisados a perfeição com alguns fios escorrendo pelo rosto, que para mim era a imagem da perfeição e da destruição ao mesmo tempo.

— Eu... peço desculpas de antemão por aparecer na casa de vocês sem qualquer aviso, ainda mais a essa hora da manhã — ela aperta a mão de tia Betty suavemente.

Marry toca minha mão e segue para Johanna também.

— Olá. Prazer em conhece-la, Johanna. Sou Mariayme.

— E eu sou Elizabeth.

— Encantada — ela diz com um meio sorrio, antes de enfim dar um passo adiante.

Minha respiração parece seguir o ritmo do seu passo quando ela está tão próxima a mim que o cheiro do seu perfume chega ao meu olfato e eu fecho os olhos aspirando-o profundamente. Eu me levanto e o silencio parece dizer muito mais que as palavras, pois eu simplesmente consigo abraça-la o mais forte possível e nós duas trocamos beijos na bochecha ao mesmo tempo.