Sorvete de carnaval.

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Pov. Dinah. 

A aula até que passou rápido. Graças a Deus. Já não aguentava mais ser interrompida pra tirar dúvidas bobas, nessas horas claramente se vê que meus alunos se incomodam ao vê minha baby fazendo as atividades comigo. Enquanto arrumo minhas coisas e Ally as dela, dando tempo dos corredores esvaziarem para sairmos sem maiores transtornos. Quando paramos em frente ao meu carro vejo que ela quase não dá altura e ainda se atrapalha com o cinto de segurança. Já posso começar a morder essa coisinha fofa?

No carro pergunto se ela gosta de ouvir música, não me surpreendi em nada quando ela coloca uma rádio infantil. A sorveteria era um pouquinho longe, logo tive de encarar 40 minutos ouvindo Palavra Cantada. Mas a voz da pequena era linda, mesmo cantando músicas infantis. 

Quando chegamos a sorveteria, que é muito bonita por sinal, tenho de conter uma Allysson saltitante vendo a decoração infantil do fundo e as infinidades de sabores. Era tipo buffet, eu disse que ela podia escolher o que quisesse, ela escolheu de chiclete com cobertura de granulado colorido, confetes, biscoitos e calda de morango. E eu escolhi um de nozes, simples. Eu só fazia rir daquele sorvete, pagamos e por insistência da mais nova sentamos numa mesa rosa. 

--- Prova do seu e me diz se gosta.

Falo pra pequena e ela come um pouco do seu colorido sorvete. 

--- Isso é muito bom! Do que você pegou?

Ally responde com a boca toda suja arrancando risadas minhas. 

--- Nozes. Quer um pouquinho?

Digo e a vejo arregalar os olhinhos. 

--- Ally não pode comer nozes, faz dodoi. 

Ela fala com um biquinho muito fofo nos lábios.

--- Oh, eu não sabia pequena, me desculpe. Prometo tomar cuidado de não comer nem lhe oferecer nada que tenha. Mas o seu sorvete parece muito gostoso, parece um sorvete de carnaval

Por essa eu não esperava. Ally falando de si em terceira pessoa e tem alergia a nozes. Nem vou comer muito sorvete. E quando falo do seu sorvete ela cai numa gargalhada tão gostosa de bebê que eu só pude sorrir e admira lá. O que não durou muito também, pois ela colocou uma colher do seu sorvete em minha boca. 

--- E aí, o que achou? 

--- É, não é ruim. Pequena, você avisou a sua familia que iria sair depois da aula? 

Eu pergunto e ela nega. 

--- Por que não? 

--- Não moro com eles...

Responde como se fosse algo normal.

--- Como assim não mora com eles meu bem?

Pergunto visivelmente surpresa. 

--- Eles me emanciparam quando eu tinha 15 anos, disseram que eu sabia me cuidar sozinha. Eles pagam o aluguel e me mandam dinheiro. 

Ela responde voltando a tomar o seu sorvete e eu estou indignada com isso. Como assim e desde quando ela consegue se cuidar sozinha, não é possível. 

--- Você sente falta deles pequena?

Pergunto tentando manter meu tom de voz normal.

---Talvez seja feio eu falar isso, mas eu não sinto falta deles. Eles pareciam não gostar de mim. Falaram que eu era boba e muito cansativa. 

Ela fala com uma carinha tão triste e me sobe uma raivatão grande. Como assim abandonar um bebê !

--- Eles moram aqui? 

Minha pequena gigante ---- Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora