Puxões de orelha doem mas são necessários

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Depois dos 40 minutos mais longos da minha vida entro pela emergência e antes deu fazer qualquer som minha amiga pede ajuda e me levam meu bebê mandando eu preencher a ficha dela e aguardar.

Nisso se passaram mais de 2 horas e nada de uma noticia sequer da minha baby. Quando eu ia levantar vejo uma mulher se aproximar da sala de espera, além de mim ali tinha mais duas famílias, melhor esperar...

--- Familiares da - ela olha a prancheta - Allysson Hernandez?

Não dou nem tempo dela falar qualquer coisa eu já estou em cima dela querendo saber do meu bebê.

--- O que aconteceu com ela, por favor me diz que ela está bem.

Despejo toda a minha angústia nela que apenas me pede pra segui la.

--- Calma senhora, ela está bem agora, fez muito bem em ter corrido com ela pra cá, demorava um pouquinho mais e complicava o estado dela. Ainda não consegui fechar um diagnóstico, mas ela está com a imunidade quase zerada, muito abaixo do peso ideal pra alguem da idade dela, sem contar que ela não quer falar com ninguém, só faz chorar e chamar "ma" desde que a estabilizamos há alguns minutos.

Quando ela fala parece que minhas pernas viraram gelatina, me seguro em minha amiga pra não cair e me seguro mais ainda pra não chorar ao escutar cada palavra da médica. Meu coração se apertou ainda mais.

--- Vou resumir o que não deu pra colocar na ficha, a pequena tem infantilismo e depois de um trauma sofrido semanas atrás entrou no que os médicos chama de headspace, não come nada sólido, não fala uma palavra desde então; ah ela é prematura logo o pulmão fraco. Não sei se o que falei explica ou ajuda em algo, mas é tudo o que sei. Quando podemos vê la?

Minha amiga vendo meu estado se prontifica a explicar um pouco sobre minha baby. Olhamos as duas pra médica que sorriu agradecendo as informações e nos encaminhou ao quarto da Ally. Na metade do corredor já se ouvia o choro estrondoso dela.

--- Pra uma pessoa com o pulmão fraco ela chora e grita bem alto, meu Deus. Prontinho ela é toda de vocês. Volto logo.

A médica diz rindo provavelmente de nervoso. Realmente ela chora vem alto, não sei o porque mas estou ficando surda.

Enquanto ela quase corria pelos corredores, respiramos bem fundo e abrimos a porta. Encontramos algo inusitado, a cama estava desarrumada, vazia. Uma enfermeira agachada perto de um sofá e a olho nu nenhum sinal da Ally, mas de longe ae ouviam seus gritos. Me a próximo da enfermeira que disse que ela se jogou do colo e foi engatinhando até lá e há uns 10 minutos que não quer sair. Nessa hora meu lado leoa fala mais alto e vou até lá chamando por ela.

--- Ally? Cadê você meu amor?

Enquanto falo o volume do choro diminui e a vejo sair engatinhando com dificuldade de trás do sofá.

--- Minha princesa o que você tá fazendo aí hein, a mami ta aqui...

Me abaixo e a pego no colo, abraço o seu corpinho trêmulo e gelado pelo tempo que está no chão. Nessa hora a enfermeira pede licença e se retira, nisso me sento no sofá com ela agarrada em mim e Laur senta do meu lado.

--- Ela tá gelada amiga, puxa essa coberta por favor e me ajuda a enrolar ela?

Com uma baby enrolada e calma um tempinho depois ela começa a resmungar baixinho e percebo minha camisa já molhada. Lauren estava dormindo com a cabeça em meu ombro; com muita dificuldade libero meu ombro e levanto com minha baby colo, só aí que percebo que ela está sem fralda...

--- Antes da mami te dar mamar deixa eu vê uma coisinha...

A deito na cama e vejo que além dela estar sem fralda, vejo que está vermelha na dobrinha das coxas e com a barriga durinha. Alguém quer fazer xixi....

A levo pro banheiro e a coloco sentada no vaso, ela logo libera muito xixi, na pia a limpo com água e sabão gerando reclamações pela água gelada mas já termino. Na cama passo sua pomada pra assaduras e coloco uma de suas calcinhas fralda, são leves e não machucam.

Com ela prontinha, agasalhada, pego o cobertor e cubro minha amiga que agora está deitada no sofá e me deito na cama liberando meu peito já vazando pra minha bebê que não demora em abocanhar me dando um pequeno desconforto.

--- Calminha meu neném, eu to aqui com você. Puxa devagar senão faz dodoi na mama...

Digo enquanto faço carinho em seu rostinho, aos poucos ela cria um ritmo de sucção que não me machuca.

Minha pequena gigante ---- Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora