Pela luz dos olhos teus.

1K 28 4
                                    

Eu não tenho muitas opções pra um final, as duas que tenho são: inventar uma mentira sobre os acontecimentos ou eu contar a verdade. 
Já imaginam a minha escolha né? Então, me poupem dos comentários sobre as disparidades na história, do porque a Ally isso e aquilo... Não tô nenhum pouco afim de lidar com fantasias, gosto da realidade nua  e crua.

Partiu?

Pov Ally B. Hansen

Eu vou começar esclarecendo algumas coisas que aconteceram e me trouxeram até aqui.
Eu nasci um ser humano normal como gostam de dizer por aí, mas meus pais biológicos não são. Desde nova eu sofria por seus abandonos, não lembro de nenhum momento em que eu tive a presença deles em qualquer época, reuniões da escola, nada; a única pessoa que cuidou de mim desde sempre até o dia da sua morte foi Olga. Ela foi funcionária da minha casa por muitos anos e cuidou de mim desde que cheguei da maternidade. Tudo o que sou devo a ela, sempre me destaquei como melhor aluna em tudo e pra orgulho dela;
Depois da sua morte eu prometi pra mim mesma que seria a melhor pessoa que poderia e ainda daria muito orgulho a ela, de onde estivesse. Mas eu acabei precisando de ajuda pra aprender a lidar com as novidades do mundo adulto, que não foi nada legal comigo; quando eu entrei pra faculdade de medicina realizei o sonho da Olga, que era vê um filho médico. Os seus mesmo queriam qualquer coisa que envolvesse dinheiro rápido e nada de trabalho. 
Eu conheci a Dinah no momento exato que minha vida estava bagunçada e sem previsão de arrumação. Faziam poucos meses que fui emancipada pelos pais e não sabia como fazer funcionar, sabia que o apartamento pra onde fui mandada era meu. A meu avó por parte do meu pai já tinha falado que era meu, já tinha me dado de presente toda a documentação dele e garantido uma pensão pra me ajudar quando fosse necessário; ela conhecia bem o filho dela e sabia que se não fizesse tudo isso ele pegaria a força.

Eu passei os dois primeiros anos da faculdade vivendo um dia de cada vez, sem querer querendo muito havia encontrado uma moça que cuidava da minha casa e fazia comida pra mim. Não sobrava muito pra gastar comigo mas fiz uma boa poupança assim e depois de um tempo podia ter o que eu quisesse. Menos o amor.
Cada dia mais eu ficava mais sozinha, minhas únicas companhias eram meus ursinhos e minha cama quentinha. Ali eu podia ser eu mesma. 
Com a Dinah eu tive algo que nunca pude ter, amor de mãe. Colo, carinho, atenção, proteção. Olga foi a mulher que me proporcionou tudo isso mas ela me deixou quando eu fiz 12 anos, não tive mais ninguém do meu lado; eu me sentia protegida e muito amada desde o primeiro dia que entrei na sala de aula dela e não quero nunca mais viver longe dela. Do seu amor por mim. E quero que a Sophie tenha tudo isso em dobro, de mim, da minha mah e que venha a ter da Nik também, ela é alguém muito importante e especial nas nossas vidas.

Vindo para os dias de hoje, 2 meses depois da Nik voltar para NY e assim dois meses sem vê-la pessoalmente, eu tive autorização pra transferência da universidade e logo depois podendo começar a fazer residência porque estava bastante adiantada graças a elas duas. Como minha Mah é professora ela me ajudou com aulas particulares das matérias seguintes e eu tive aprovação do conselho pra eliminar do meu currículo, sem contar que tendo a Nik já trabalhando na área era muito mais fácil treinar tudo isso antes deu realmente começar. 
Arrumamos toda a documentação pra residência e surgiu a dúvida, onde eu faria. Chicago tem ótimos hospitais mas que estão sobrecarregados pela época do ano, férias escolares aqui é sinônimo de muitos idiotas atrás do volante...

--- Mas mah eu só precisa de dois semanas nesse setor do hospital, os outros eu pode fazer aqui puque é mais vazio...

Minha mah está na cozinha fazendo nossa janta, Sophie descobriu que agora consegue ficar em pé com a ajuda dos móveis da casa e ela não tem medo! sai andando e a gente tem que ir junto pra ela não fazer dodói.

Minha pequena gigante ---- Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora