New life.

5.2K 352 29
                                    

                     POV. Dinah.

3 meses se passaram desde a tarde na sorveteria. Posso afirmar com toda a certeza desse mundo que a melhor escolha da minha vida foi ter aberto o meu mundo para este pequeno ser entrar.
Me encontro agora sentada em minha cama, é sábado de manhã cedo e minha baby está dormindo calmamente agarrada a mim. Ela pegou essa mania após ter pesadelos e vir correndo pra minha cama, me agarrando como se eu fosse fugir a qualquer momento.

Há 3 semanas atrás, saindo da faculdade demos de cara com seu pai na porta à esperando. Ele queria vê como ela estava, se estava viva pra ser bem sincera. Quando viu a decoração do seu apartamento ele surtou! E por muito pouco não aconteceu algo pior com ela. Ele a expulsou de lá, já que era ele quem pagava o aluguel, parou de pagar sua faculdade e a deixou sem nada. Tudo por ser quem é. Uma menina doce, pura, a minha doce bebê.

Lembro do seu desespero ao me ligar pedindo ajuda e a minha morte ao vê seu corpinho todo machucado, com alguns já sangrando. Desde esse dia ela mora comigo, mas entrou num mundo apenas dela. Ally não fala, na hora de comer somente coisas liquidas e quase não usa mais o banheiro sozinha. Como consequência esta bem mais magra. A levei na psicóloga e a mesma me explicou que diante de uma situação como essa, a pessoa que tem infantilismo entram num tipo de bolha, os médicos chamam de headspace, e passa a depender quase que inteiramente de quem está com ela.

Eu mudei minha vida e rotina inteira pra poder acompanha-la. Passei a dar aulas a tarde pra que minha única amiga que sabe dela pudesse me ajudar. A mesma quando soube fez um escândalo, ouvi zumbidos por dias. Mas quando contei tudo logo se prontificou a me ajudar.

(Uma nota minha, é aqui onde eu morro de amores eternamente)

Meu pensamento logo é cortado quando sinto a cama se movimentar e ouço um chorinho junto de resmungos, se existe coisinha mais gostosa no mundo além dessa eu desconheço! Me viro em sua direção a olhando:

--- Oi meu amor! Bom dia minha princesa.

Ela nada fala, apenas me olha com o rostinho inchado do choro, como se eu fosse a coisa mais interessante do mundo.

--- Minha bebê mimiu bem? hum... vamos tomar um banho quentinho pra tomar café, vamos?

Enquanto falo vou dando cheirinho em seu pescoço, e que cheiro bom de neném... Ela continua me olhando mas logo começa a chorar, um choro alto, sentido, mexendo os bracinhos e pernas incomodada com algo. Logo sinto parte da cama molhada e percebo que a fralda vazou.

--- Calma meu amor, esta tudo bem.

Falo enquanto a pego no colo, ela esconde o rosto no meu pescoço e o choro apenas abaixa o volume. Já no banheiro, depois de encher a banheira e a colocar sentada ela chora baixinho e com um bico irresistível nos lábios. Ela também detesta quando esses acidentes acontecem. De banho tomado, a enrolo na toalha e a deixo sentada na beirada da cama pra tirar os lençóis e cobertores sujos. O que aconteceu a seguir me deixou bastante assustada. Mal a coloquei na cama e ela tombou pra trás, meio que perdeu o equilíbrio e deitada na cama começou a chorar.

A pego no colo rapidamente tentando acalma la , o que não faz efeito, ela com as mãos agitadas e o rosto arrastando em meu peito ela só chora e resmunga. Vou pra cozinha e coloco água em seu copinho e ela joga longe, a chupeta já voou a muito tempo... Me chamem de louca  o que for! Mas se ela quer o mundo, eu dou.

Ainda de pijama e com ela enrolada na toalha, sento no sofá e ergo minha blusa oferecendo meu peito a ela que prontamente aceita e pára de chorar. Já li sobre infantilistas que junto de suas momys aderem a lactação, mas com ela é uma forma de alimenta-la.

Assim que confirmei junto da psicologa a dependência futura dela comigo ela me recomendou a lactação, pois este seria o meio mais fácil e seguro dela se alimentar bem e ter todos os nutrientes que precisaria. No começo tenho de admitir ser um tanto assustador tudo aquilo acontecer comigo. Vê minha bebê recusar tudo relacionado a comida, emagrecer e enfraquecer muito rápido. Uma semana depois da consulta e tratamento eu já estava dando os primeiros sinais de sucesso. E a carinha de satisfação da minha baby ao ter meu leite só me deu a plena certeza de ter tomado a decisão certa.

Descobri na nossa última visita ao médico que ela nasceu prematura, como consequência seu pulmão é fraquinho, seus ouvidos já eram sensíveis agora então, qualquer barulho alto demais não só a incomoda como a machuca. Fico ali a observando mamar agarrada a mim, se quando eu dava aula pra ela já a achava fofa era porque eu realmente não tinha visto esse serzinho mamando e brigando com o sono.

--- Você é o mundo da mami meu amor. Eu te amo demais minha pequena.

Digo acariciando seu rostinho e a vejo se entregar ao sono novamente com um sorriso lindo. Realmente se ela me pedir o mundo ou a lua eu darei a ela. Depois dela dormir novamente a levo pro meu quarto, ainda tenho de vesti-la.  A coloco no trocador com calma para botar a fralda, ela não acorda mas deu cada resmungo zangado que só fez me apaixonar ainda mais, se é que isso é possível. Ally vestida, alimentada e dormindo eu posso tomar o meu banho e arrumar parte da bagunça que está em meu apartamento. Enquanto eu estava sentada na cozinha tomando meu amado café escuto a campainha, olho a hora e não são nem 10 da manhã ainda pai, quem será? Logo descubro antes que acorde minha bebê.

--- Abre logo essa porta Dinah, quero fazer xixi!!!!

Chegando na sala escuto minha amiga Lauren aos berros na porta.

--- Tu trata de falar baixo sua louca antes que você....

Não precisei terminar a frase. Ally começa a chorar.

--- Eu não falei? Vai logo antes que eu desista!

Ela entra correndo e fecho a porta indo pro meu quarto. Chegando lá encontro a cena mais assustadora do dia!

Minha pequena gigante ---- Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora