15. Bolo, brigadeiro e beijinho

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Sakura teve exatos três segundos para compreender a situação, mas depois do entendimento ainda teve mais três para se lembrar de como reagir. Esses seis segundos foram tomados por um puxão suave em seu lábio inferior e uma língua quente de licor passando delicada pela boca fechada, e por fim o afastamento.

Os olhos verdes estavam arregalados na direção dele; a respiração, desregulando com o entendimento que vinha tão lento quanto sua vida amorosa. Os olhos de Sasuke passaram por seu rosto atrás de alguma resposta para a reação dela. Sem sinal algum, ele supôs que havia exagerado e ultrapassado limites.

Sakura sentia seu sangue ferver. A cabeça nublou-se enquanto a boca dele se movia numa desculpa sem graça, desmoronando a confiança que moldava tão naturalmente o rosto dele.

Mas ela não queria desculpas, não queria só aquilo. Não depois de provar a boca dele como o mais delicioso dos aperitivos e necessitar por mais para sentir seu sabor em abundância.

Nas pontas dos pés, as mãos foram certeiras até a nuca dele e o corpo inclinou-se para frente, abraçando-o sem que deixasse escapatória. A interjeição do chef foi calada quando as bocas se juntaram mais uma vez.

E como aquele beijo foi bom.

Era algo necessário, como se os dois estivessem famintos e a boca de cada era um farto e saboroso banquete. Sakura chegava a suspirar, enlaçando ainda mais forte seus braços no pescoço de Sasuke, doida para tocar mais partes dele, mas sem controle algum sobre seus membros.

Ele era intenso, guiando o beijo com fervor, apertando-lhe a cintura com força e exigindo de sua boca até o último sabor.

Era inebriante como uma taça cheia do melhor vinho, como a sobremesa com licor que acabara de provar, só que mais acentuado. Era prazeroso, quente, absolutamente sedutor.

A mão de Sasuke que não estava em sua cintura subiu até sua nuca, massageando e não dando espaço suficiente para sequer respirar. Ofegante, ela o acompanhou sem pestanejar. Seu corpo se colando ao dele, pedindo por mais contato; suas respirações ofegantes e o estalar das bocas eram os únicos sons que ouviam. E aquilo era tão excitante.

Quando se separaram, Sasuke estava pronto para colocá-la em cima de sua bancada, as duas mão segurando sua cintura e os olhos completamente tomados pelo prazer do momento. Sakura já jogava o pescoço para trás, mostrando aonde queria que a língua dele caminhasse, mostrando seu profundo interesse no que mais o chef podia lhe mostrar.

Mas um estalo pareceu suceder na cabeça dos dois na mesma hora. Sakura arregalou os olhos e Sasuke se afastou passando a mão no rosto. O rosto dela fervia, assim como seu corpo, mas por razões diferentes. Teve que pousar a mão no peito para conseguir se acalmar, enquanto Sasuke dava-lhe as costas olhando para o teto e proferindo palavrões.

Foi a deixa dela para ir embora. Ele parecia muito afetado quando a levou, silencioso e pensativo, até as portas do restaurante. Os dois trocavam olhares, incapazes de se comunicarem com palavras.

Sakura não sabia o que se passava pela cabeça de Sasuke antes dela ir embora, mas parecia sério demais. Ela estava em transe, ainda sentindo coisas que fazia muito tempo que não sentia. O coração parecia querer rasgar-lhe a pele e sair do peito, e a situação de seu pobre corpo só piorou quando, ao invés do pedido de desculpas que ela achou que ele faria depois de coçar a nuca e passar tanto tempo com expressão fechada, ele a puxou pela cintura com um só braço e a beijou sem pedir qualquer permissão. Foi rápido demais, ela nem teve tempo para se agarrar nele e continuar onde pararam, ignorando fatos que não podiam ser ignorados...

Provar, comer e casarOnde histórias criam vida. Descubra agora