19. Sob os holofotes

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Sakura massageou as têmporas andando com lentidão pelo corredor do hospital até a sala de Tenten. Sua cabeça estava doendo e ela resmungava a sorte que estava tendo no seu primeiro dia de férias.

Bateu duas vezes na porta branca com uma plaquinha metálica com o nome e especialização da amiga antes de ouvir a voz dela autorizando sua entrada. Abriu um pouco a porta somente para colocar a cabeça e ver se Tenten estava ocupada. Haviam pastas e abertas em sua mesa e o computador rodando uma música instrumental relaxante.

— Ocupada?

— Sakura? Não, por favor, entre. — Tenten sorriu e voltou a olhar para a tela do computador com concentração. — Já assinou as férias?

— Acabei de sair de lá. Estavam atrasadas e eu nem havia me dado conta. — sentou na cadeira e esfregou o rosto com um pouco de brutalidade — Tem algo fácil aí para dor de cabeça? Não quero pedir a alguma enfermeira.

— Tenho — Tenten minimizou a página e rodou na cadeira até a gaveta no lado esquerdo. Entregou o comprimido para Sakura e pegou uma pasta enquanto ela ia até o purificador no canto da sala — E aí, aprendeu a fazer o prato de hoje? Tá rolando um bolão aqui no hospital e tenho até meio dia para entrar.

Sakura riu balançando a cabeça e voltou a se sentar com as pernas cruzadas.

— Eu vou até flambar, meu bem. Sasuke disse que Konohamaru pode perder a confiança ao me ver fazendo isso e errar tudo, estou contando com isso. Além do mais, Tsunade me pediu desculpas, mas disse que "vai apostar no garoto".

— Perfeito. Se Tsunade vai apostar nele, certeza que você ganha. — Tenten esfregou as mãos e tirou um revirar de olho humorado de Sakura.

— E o que aconteceu com você lá no Neji? — Sakura ajeitou-se na cadeira olhando a hora na tela de descanso do computador de Tenten. Não podia demorar, mas queria conversar sobre a ligação de Sasori e saber a opinião dela também sobre o que deveria fazer. Temari havia sido categórica ao dizer que deveria bloqueá-lo de todos os meios que ele pudesse ter acesso à distância dela e acionar a polícia se ele estivesse perto, mas aquilo parecia algo radical e neurótico demais.

Mesmo querendo falar sobre, e não querendo concordar com Temari, Sakura estava temerosa e tentava de todas as formas não passar aquela imagem para a amiga que agora olhava para o teto e balançava o corpo de um lado para o outro na cadeira giratória, nas mãos uma caneta inox que era mexida de forma inconsciente.

— Você viu aquele homem, Sakura? — perguntou sonhadora e inutilmente. Sakura o conhecia pessoalmente há mais tempo que Tenten, já o havia cumprimentado nos bastidores e trocado poucas palavras, mas ficou quieta e somente assentiu com ares de riso — Ele é tão bonito, tão aristocrata, sabe? Uma postura tão bonita, todo certinho. Aquela voz baixa que chegava a arrepiar os pelinhos do braço — Tenten esfregou o próprio tirando um riso incrédulo de Sakura — E aqueles olhos claros que pareciam poder olhar dentro da sua alma e te julgar por todos os seus pecados nesta e nas outras vidas? Eu não tive coragem de falar com ele, meu Deus!

— Bem convincente seus argumentos — Sakura pegou a caneta das mãos de Tenten quando esta parou para fazer uma careta. — Vou dar esse papelzinho para ele se for o jurado do programa hoje. — Sakura disse escrevendo algo em um post-it azul.

Tenten inclinou-se para frente e murmurou coisas incoerentes até começar a rir.

— Não sei se rio de felicidade ou de desespero. — Tenten viu seu próprio número ser finalizado e seu nome escrito abaixo na caligrafia inclinada de Sakura. — Ok, pode dar meu número e diga que fui eu quem escreveu aquele tuíte. Aliás, o convite ainda está em pé.

Provar, comer e casarOnde histórias criam vida. Descubra agora