21. Romance à carbonara

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Sakura desembarcou no pequeno aeroporto da cidade em que os pais viviam. Assim que pegou sua mala da esteira, não foi difícil encontrar os cabelos grisalhos e rebeldes com o pouco de ruivo que seu pai tinha ao sair da sala do desembarque. Ela sorriu quando o viu acenando alegre na direção dela, apressou o passo arrastando a mala ao seu lado e logo pôde ver Mebuki Haruno pequena ao lado do marido.

O abraço que deu em ambos era cheio de saudades, fazia anos que não os via pessoalmente e só havia se dado conta disso quando percebeu o quanto estava se sentindo vulnerável com a recente fama.

— Isso acontece com frequência, filha? — Kizashi questionou rindo guardando a mala de Sakura no porta-malas do carro. Haviam sido parados diversas vezes a pedido de pessoas querendo tirar foto com ela.

Sakura suspirou cansada se sentando no banco de trás e colocando os óculos escuros. Havia sido ingênua em pensar que chegaria de modo anônimo ali, mesmo a cidade sendo pequena, ainda tinha bastante gente que assistia.

— Com maior do que gostaria — resmungou em resposta se sentindo criança novamente com aquela cena. Ela no banco de trás e o pai sorrindo a olhando pelo retrovisor.

— Mas você tem que agradecer a eles por estar onde está. — Mebuki censurou daquele seu jeitinho de sempre. Sakura quis rir amarga da ignorância da mãe. Mebuki não fazia aquilo por mal, puxar a orelha de Sakura em qualquer situação era seu jeito de educá-la. Sakura se tornou uma pessoa preocupada com suas ações diante das pessoas, ela chamava isso de "trauma da dona Mebuki".

Seria inútil explicar que o público não tinha nada a ver e que ela não ganhava dinheiro lá - o que provavelmente a mãe e o pai pensavam -, então resmungou mais alguma coisa encostando-se no banco mais relaxada.

Mebuki ia falando sobre as novidades que Sakura fingia ter interesse, como quem havia casado, quem havia tido filho, quem estava noiva...

A paisagem da pacata cidade comparada com a metrópole que morava ia passando pela janela do carro enquanto o cansaço ia tomando seu corpo. Ela não havia dormido bem e acordado muito antes do despertador, tanto ansiosa com a viagem quanto ansiosa para voltar para casa e descobrir o que Sasuke queria falar sobre eles.

E juntando tudo isso, foi inevitável a pergunta que Mebuki fez quando entraram na casa com cheiro de bolo de canela.

— Pensei que ia trazer o seu namorado para a gente conhecer — Mebuki esticou o lençol da antiga cama de Sakura que ela iria dormir com uma fingida displicência. A vida amorosa de Sakura era o assunto favorito de Mebuki antes de a filha começar a aparecer na TV.

— Eu não tenho um namorado, mãe. — Sakura respondeu cuidadosa. Não estava realmente mentindo, mas podia se dizer que tinha um relacionamento quase fixo, o que não o denominava um namoro, propriamente dito.

Mebuki apertou os lábios e ergueu as sobrancelhas, sua expressão comum de quem não acreditava e tinha certeza de que estavam mentindo. Sakura se preparou mentalmente para a conversa que sabia que viria. Se não fosse com a mãe, certamente o pai faria as honras no almoço. Mas devido a situação, sabia que aquele era o momento.

E Mebuki não decepcionava e nem perdia oportunidades.

— Ele é um homem muito bonito, mas ele parece ser muito rabugento. — sentou na beirada da cama dando um tapinha ao seu lado para Sakura se sentar. Sakura suspirou sofrida e derrotada. — Ele me parece ser mandão, tem certeza que isso dá certo?

Sakura se pegou pensando naquilo. Era a primeira impressão que tivera de Sasuke também. Ele era o tipo que ela manteria longe de si, apesar da beleza exuberante e exagerada daquele homem. Mas Sasuke era daquela forma quando necessário, ela sabia que Sasuke era uma boa pessoa, um tanto estressado, tinha que concordar, mas era atencioso e romântico, observador e intenso.

Provar, comer e casarOnde histórias criam vida. Descubra agora