Capitulo 33

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"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."

Rubem Alves

Lois acordou algumas horas depois, sua vista estava embaçada, mas estava ciente de que não estava no mesmo local de antes. Sentou na cama que agora se encontrava prostrada e elevara a mão à cabeça aturdida e dolorida.

—Ela acordou. É hora de agir! –Fala a mulher astuta e com um risinho maquiavélico.

—Ok. Só espero ter certeza do que está fazendo. –Responde o doutor que parece estar temeroso com as próximas ações.

—Não jogo para perder, Emil! –Fala Tess Mercer arqueando uma de suas sobrancelhas e desafiando o homem com o seu olhar altruísta.

Os dois adentram no quarto, esse limpo, com um colchão macio e todo decorado. Lois percebe que ali tem luxo demais para se tratar de qualquer um e pensa em alguns possíveis inimigos.

—O que querem? –Fala Lois desaforada, embora ainda esteja sob o efeito da droga que Emil injetou.

—De você nada. Emil?! –Tess o chama e ele que estava atrás dela, aparece, Lois se joga para o canto da cama, receosa com medo de que ele venha lhe aplicar mais uma daquelas porcarias.

Emil pega um aparelho do seu bolso e Lois vê que é um celular, de certa forma aquilo tudo a tranquiliza um pouco. Ele disca uns números e antes de fazer finalmente a ligação, Tess a adverte...

—Diga a Sam Lane que ele deve abrir mão do cargo e esquecer todas as investigações que vem fazendo ou perderá a filhinha querida dele.

—Hahahahaha. Me injetaram droga e você que ficou alucinando em meu lugar?

—Faz isso ou morre junto com a sua irmãzinha traira. Emil faça a ligação e coloque-a para falar! –Fala Tess sem nenhum remorso ou tipo de piedade.

Emil coloca o telefone no ouvido de Lois, ela escuta chamar varias vezes. Na fazenda Kent, Sam pega o celular depressa e atende o número com ID oculta.

—Alô? –Fala sob o olhar esperançoso de Martha e Clark que de imediato usa sua super audição com intuito de descobrir se é sobre Lois.

—Ge.... Pai?! –Fala Lois sob o olhar frio e ameaçador de Tess Mercer. Nesse momento Lois esquece suas magoas do pai e da própria Lucy.

—Lois? Aonde você esta? Com quem? Me diga e vou ai buscar você com a minha tropa! Vou acabar com quem fez isso. –Fala em disparada, sem deixar que Lois continue.

—Lois! Nós vamos te buscar! Eu juro que vamos te buscar! –Grita um Clark apreensivo, na outra ponta do sofá.

—Clark?! –Seu coração dispara ao ouvir a voz do seu amado e um pequeno sorriso nasce no seu rosto, mas logo é apagado pela pressão que Tess e Emil fazem para que ela fale de uma vez.

—Lois quem esta com você? –Insiste o general.

—Eu não sei, acha que se soubesse, não acabaria com eles e teria saído daqui há três dias atrás?! –Nesse momento Emil aperta o braço dela fazendo menção de tirar o celular, mas ela fala...

—Eles querem que você renuncie ao cargo e que esqueça tudo o que esta investigando ou vão matar a mim e a Lucy. –Nesse momento Tess se dá por satisfeita e olha para Emil que desliga o celular.

Lois se sente frustrada por estar sendo manipulada feito uma marionete. Do outro lado da linha, Sam Lane acaba se jogando no sofá vermelho da fazenda dos Kent. RENUNCIAR a tudo o que conquistou durante todos esses longos anos da sua vida. Era isso mesmo o que havia escutado? Seu mundo pela segunda vez foi ao chão. Teria de abrir mão da sua pátria, para salvar suas filhas... Ao menos era assim que ele pensava. Já perdera sua mulher para uma guerra contra uma doença incurável, perder outra guerra para desconhecidos que ele poderia combater era inaceitável. Ergueu-se do sofá, fez uma condolência e saiu, mas foi interrompido ao chegar à varanda por Martha Kent que assistia à tudo perplexa.

—O que pensa que esta fazendo? –Diz Martha insubordinada.

—Vou ganhar essa guerra! Vou pô-los na cadeia e salvar as minhas filhas.

—Como? Não se trata de uma de suas “guerras” idiotas! Se trata da sua filha, de Lois Lane, a garota que você abandonou aqui por sua ignorância e que desprezou por causa do orgulho exacerbado que trás consigo no peito. Isso não exige uma tática de guerra, mas uma decisão de PAI. Pare de idolatrar um país que cedo ou tarde nem vai lembrar mais de você e faça algo por quem realmente importa... Sua família!

—Quem a senhora pensa que é para duvidar do meu sentimento de pai? Minha família? Há muitos anos não tenho UMA FAMÍLIA.

—Porque O SENHOR FEZ QUESTÃO DE MATÁ-LA com a morte da sua esposa!

Enquanto os dois brigam, Clark some, já tinha ouvido o suficiente e visto também, queria tê-la perto. Lois era como se fosse o seu sol de todas as manhãs; dava cor às coisas e à vida. Ele já não conseguia respirar em solo terrestre, seu céu como desde que ela desaparecera estava por desmoronar. Sem ela a poesia não existia; os salvamentos não o satisfaziam, não o motivavam. Sem ela tudo parecia sem sentido, chato e totalmente insuportável. Mas em poucas horas, tudo havia de mudar outra vez...

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