It's a Boy Girl Thing

Capítulo 04

Agora, eu estou de volta em carne e osso.
Me sentindo abençoado, de volta a área, amorzinho, não se estresse.
Esqueça o resto! Vamos entrar, eu estou de volta na sua área.
Estou de volta em sua vibração.

Baby, I'm Back – Akon feat Baby Bash

       
            Point of view Christopher

NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS FEVEREIRO DE 2006

Agarrei com força a alça da mochila que estava em minhas costas, tentando controlar o sentimento de ansiedade naquele momento, eu não sei como não me acostumei depois de ter passado por quase seis colégios diferentes em apenas quatro anos.

Assim que coloquei meus pés no maldito corredor do colégio, foi como se houvesse uma grande melancia na minha cabeça. As pessoas murmurando sobre o rosto novo me incomodava, claro que chamaria atenção entrando no meio do ano assim.

Continuei andando tentando ignorar todos aqueles murmurinhos e olhares, mas de repente me senti paralisado quando a vi em minha frente.

    Era a garota que aparecia todas as noites em frente a minha janela, eu me sentia ridículo quando em todas as malditas noites eu a observava escondido. De alguma forma misteriosa ela me chama atenção.

Aquela palpitação estranha iniciou, igualmente da primeira vez que a vi da minha janela, ela estava chegando cada vez mas perto até que...

— Você é novo aqui não é? – Ela me perguntou, bem na minha frente e eu pude a observar melhor, sua estatura é baixa, seus cabelos pretos parecem ainda mais sedosos e brilhantes de perto. E ela tem um cheiro incrível, algo como morango. – Eu sou a Dulce!

— É...oi Dulce. – Ela sorriu amigavelmente pegando uma de minhas mãos e apertando. Eu não consegui desviar meus olhos de sua boca rosada, é tão bem desenhada e atraente.

— Prazer! Eu trabalho com os jornais da escola, caso queira participar do nosso grupo de informações é só...– Dulce não conseguiu terminar seu convite, um garoto alto chegou por trás dela pegando o papel que ela estendeu para mim e o amassou. – Johnny!

— Ele não quer participar desse jornal de merda Maria. – Como se não bastasse ele derrubou os jornais que ela segurava no outro braço. Que cara mais otário!

— Quem é você para dizer o que eu quero ou deixo de querer "Johnny"? – Dei ênfase em seu nome, pela primeira vez desde que chegou ali ele focou seu olhar em mim de verdade.

— O que é novato? Quer virar um jornalista? Ou quer defender a garotinha? – Ele riu com deboche, qual era o problema desse cara?

— E se for os dois? Qual o problema? – Levantei uma de minhas sobrancelhas, ele se aproximou estufando o peito como se fosse realmente fazer algo contra mim, rapidamente observei que o corredor estava cheio e vários olhos curiosos pairavam sobre nós.

— Quer ir para detenção pela quarta vez só essa semana Johnny? Vou ter o prazer de espalhar através dos meus jornais "de merda" que você foi expulso. – O garoto parou na mesma hora, ainda olhando dentro dos meus olhos com certa fúria.

— Boa sorte na sua nova vocação novato. – Ele murmurou para mim se afastando lentamente, ele olhou para Dulce com desprezo e passou por mim batendo contra meu ombro, como se ele fosse grande coisa. Me pergunto novamente, qual o problema desse otário?

— Eu te ajudo. – Falei vendo Dulce agachada pegando seus jornais e panfletos, igual aquele que ela iria me entregar. – Ele te chamou de Maria.