It's a Boy Girl Thing

Capítulo 16

Você me deixou louco em todas às vezes que nos tocamos, agora estou tão quebrado que eu não consigo me levantar.
Oh garota, você me deixa agitado!
[...]
Eu costumava estar bêbado de amor, mas agora estou de ressaca.
Eu te amo pra sempre e o pra sempre acabou.
A gente costumava se beijar a noite toda, agora é apenas uma briga de bar, então não me ligue chorando, diga um oi e então um tchau.

      Love Drunk – Boys Like Girls

     NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS
                       MAIO 2006

          Point of view Christopher

Aquele último mês havia sido o mais complicado para mim, me acostumar com a ausência de Dulce, de nossas conversas matinais e de todos os momentos que compartilhavamos juntos, parecia um fardo que eu não estava pronto para carregar.

Ela não costumava mais ficar na janela durante a noite, obviamente para não ter o desprazer de me encontrar, aquilo estava me ferindo profundamente e por mais que eu estivesse irritado pela última vez que tentei dizer para ela o que realmente aconteceu e em como ela me desprezou por Channing, aparentemente o sentimento havia se acalmado, me deixando a cada dia que passava mais determinado em tentar lhe dizer mais uma vez o que realmente se passava e assim voltar atrás na minha decisão de não conta-la sobre o que realmente aconteceu. Eu resolvi não contar para Poncho sobre minha decisão repentina, ele ainda achava que eu não queria mais tocar naquele assunto e até que eu e Dulce possamos nos resolver talvez seria melhor não envolver mais ninguém nisso.

No dia em que a vi na arquibancada sozinha parecia o momento perfeito para conversarmos a sós, mas então Channing chegou e sentou ao seu lado, eu não consegui ouvir o que eles falavam, mas ela parecia contente e confortável com a presença dele, os dois gargalhavam e pareciam a porra de um casal feliz.
Eu não sabia ainda discernir meus próprios sentimentos, mas eu sabia o ódio que me tomou naquele momento e eu demorei para reconhecer que Dulce estar com Channing parecia ser algo que talvez eu não conseguiria lidar ou sequer aguentar de assistir.

Então fiz o que deveria ser feito e saí dali, mas não desistiria de falar com ela. Durante o período em que estávamos em casa, eu tentei pensar em alguma forma de falar com Dulce, já era a noite e naquele dia o seus pais ficavam até tarde no trabalho, parecia um bom momento para tentar conversar com ela sem que ninguém pudesse nos interromper. Se eu batesse na porta da frente era bem óbvio que ela não me atenderia, então resolvi escalar até a janela do seu quarto e por sorte a janela não estava trancada, entrei cuidadosamente e por mais que a luz estivesse acesa Dulce estava deitada  e dormindo serenamente. Acho que aquele foi o único momento desde do que aconteceu que eu pude observa-la calmamente, os cabelos vermelhos espalhados pelo travesseiro branco a deixava com um ar meigo e misterioso, quase como o conto da bela adormecida.

Me senti tentado em olha-la mais de perto, mesmo que eu não a acordasse, dei alguns passos cuidadosos até sua cama e observei seu rosto angelical calmamente, até perceber que ela estava com um livro perto do rosto. Sorri de canto tirando cuidadosamente o livro o colocando na estante do lado, meu coração estava acelerado em somente olhar para ela, como podia ser possível?!
Eu não conhecia nada sobre o que eu estava sentindo, nunca havia me ocorrido com ninguém antes, mesmo na minha cidade natal, eu nunca tive um contato tão próximo com uma garota como havia tido com Dulce e aqueles sentimentos pareciam mais reais e quase palpáveis a cada vez que olhava para ela. E eu não negaria o meu medo para aquilo, por alguns dias eu queria me negar que estava apaixonado por ela, talvez eu estivesse confundindo tudo, desde que nos conhecemos senti uma conexão absurda com aquela garota de olhos tão expressivos e de repente em menos de alguns meses éramos como melhores amigos e eu sentia como se a conhecesse a minha vida inteira, como é possível?!
Eu não conseguia definir o que eu sentia...porra eu só tenho quinze anos, não é como se...como se eu estivesse a amando, não é?!