Capítulo 29

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Você é lindo, sem dúvidas alguma e você nunca vai desaparecer.
Você é encantador, mas não há como saber, se eu nunca vou mudar.
[...]
Eu sou como um pássaro, eu só vou voar para longe, eu não sei o que estou sentindo, não sei onde fica a minha casa.

      Nelly Furtado – I'm Like a Bird

          Point of view Dulce María

— Que bom que você está bem. Andei tão preocupada ultimamente. – Falei baixo enquanto balançava uma das minhas pernas sem controle. Eu estou ansiosa.

Obrigada por se importar conosco amiga. Eu e Poncho decidimos contar para nossos pais sobre o bebê mês que vem, estamos preparando o terreno. – Ouvi Anny suspirar do outro lado da linha. – Minha mãe vai infartar com a notícia.

— Ela vai amar! – Corrijo suas palavras com um sorriso de canto. – Essa criança vai ser uma benção na vida de vocês e eu vou mimar muito esse bebê.

Será a titia favorita dele. – Sua voz pareceu embargar neste momento e eu quis abraçar minha amiga. – Estou com muito medo, mas ter você por perto, mesmo nessas circunstâncias tão ruins, deixa o meu coração calmo.

Olhei para cima para evitar que as lágrimas que inundaram meus olhos pudessem se secar e não cair.

— Eu sempre vou estar aqui por você Anny. – Funguei limpando os cantos dos olhos. Está difícil controlar. – Tudo vai voltar ao normal, vou voltar para o meu corpo e ajudar você em tudo que for possível nessa gravidez, sempre estarei aqui.

Resolvi manter silêncio sobre a visita que eu e Christopher faríamos até o museu, ele estava esperançoso demais, enquanto eu não sabia o que esperar. Quando tudo ficasse bem eu contaria para Anny.

Sei que sim. Pretendo contar para as meninas assim que meus pais estiverem a par da situação, eu confio nelas mas...– Anny coçou a garganta.

— Eu te entendo. Você está certa, quanto menos pessoas souberem no momento, melhor para todos nós. – Suspiramos juntas. – Só não entre em desespero, faltam apenas dois meses para o colégio terminar, tudo vai dá certo.

Dois toques na porta me chamaram a atenção e logo depois foi aberta, avistei Christopher na entrada e aquela ansiedade palpitou mais forte dentro de mim.

— Ãm...Anny! Eu preciso ir, tenho um compromisso agora, mas assim que chegar em casa te retorno com calma. – Falei enquanto levantava da cama, Christopher apenas me observava da porta, me analisando. Minha amiga murmurou um "beijos, se cuide!" Mas eu sequer prestei atenção, apenas abaixei o celular o tirando da orelha. – Como entrou?

— É sério que você está me perguntando como entrei na minha própria casa María? – Ele arqueou as sobrancelhas de forma divertida. Ele está extremamente animado. – Eu sei aonde fica escondida a chave reserva e se eu fosse você procurava saber disso também, você tem cara de que só não esquece a cabeça porque está colada no corpo.

— Eu vou fingir que essa provocação é porque você está com um bom pressentimento sobre essa ida no museu. – Ele riu baixo vindo até mim com calma. Acredito que a única coisa que Christopher ainda mantinha da minha essência quando eu estava no meu próprio corpo é as roupas – aquela roupa de baranga que ele me fez usar no colégio está fora de questão nessa análise – em sua maioria as roupas eram confortáveis e até meus cardigans nos dias frios ele estava usando.

Mas os trejeitos diferentes eram notáveis e eu sei que as pessoas que convivem comigo diariamente notaram isso, me pergunto que tipo de reações elas andam tendo. Anahí me conta o básico, mas sei que não chega perto de como as coisas realmente são. As vezes me sinto envergonhada só de pensar nisso, não sei o que posso dizer quando voltar para meu corpo.

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