Ultimamente, você tem sido difícil de lidar, tem fumado vários cigarros, mas por dentro, você é só um bebê.
Tudo bem dizer que você tem pontos fracos, você não precisa estar sempre por cima.
Melhor ser odiado do que ser amado pelo o que você não é.
Você é vulnerável, você é vulnerável
Você não é um robô.
Você é amável, tão amável.I Am Not A Robot – MARINA
Point of view Dulce María
Estávamos no colégio naquela tarde, cumprindo a detenção que a senhora Tanner havia estipulado apenas para Christopher. Ou melhor, para mim, já que ele havia me vestido como uma louca varrida para que todo colégio assistisse. Ele tentou correr daquela tarefa até o último momento, mas havia ficado insustentável. A diretora perdeu toda a paciência e simplesmente decidiu que hoje seria o dia ideal para isso. Eu me ofereci para ajudá-lo, e não precisei de muita insistência ou discussão para que a senhora Tanner aceitasse. Para ela, nós dois éramos farinha do mesmo saco.
Já havia passado das duas da tarde e estávamos na última sala de aula, limpando alguns desenhos indecentes e frases um tanto reflexivas das carteiras. E claro, como eu poderia me esquecer dessa parte tão nojenta e peculiar: nossa missão também se limitava a arrancar pedaços de chicletes grudados embaixo delas, com uma espátula pequena e ridiculamente rosa para o serviço. Mas tudo bem, eu faria aquele sacrifício por Christopher, mesmo que no momento ele só soubesse resmungar com mau humor e dizer a cada cinco minutos que a senhora Tanner provavelmente não transava com ninguém.
— Os garotos me chamaram para beber hoje. — falei despretensiosamente do outro lado da sala, esfregando a carteira. — Eles falaram sobre sondar um pub no centro da cidade.
— Hm... — Christopher permaneceu de bico fechado, alinhando as carteiras limpas no lugar correto.
— Acho que o Poncho não vai, ele falou que iria ficar com a Anny. Ela anda passando muito mal. — continuei sem me importar com seu silêncio. — Está ansiosa. Parece que o jantar para contar a notícia para os pais é amanhã.
— Boa sorte para eles. — ele resmungou e eu estreitei os olhos em sua direção. — O que eu disse demais? Eles precisam de sorte, não?
— Seu humor hoje está péssimo, fala sério! — neguei com a cabeça e ele deu de ombros. — Enfim, eles me chamaram para ir para o pub e eu...
— E você está pensando em ir? Se essa for a ideia, pode abandonar — ele manteve o olhar nas carteiras, tão sério quanto antes.
— Qual é o seu problema, hein? — larguei a espátula e a esponja em algum canto e o mirei irritada. — Você não manda em mim, achei que soubesse disso.
— E eu sei. Mas você não vai para um pub com eles, ainda mais que Poncho não vai estar. O que é? Está louca por acaso?! Se esquece que não confio em nenhum desses caras? Acha que se tiver algum problema com sua identidade ou qualquer briga de bar eles vão te acudir? Lá é cada um por si, já deveria ter notado.
— Oh! Mas que engraçado, você aparentava confiar nesses caras para ficar me atormentando pelos corredores do colégio e até fora dele — cruzei os braços, entediada.
— Isso não tem nada a ver — ele suspirou e sua irritação pareceu diminuir por alguns instantes. — Eu nunca confiei neles para nada, eu só fui obrigado a ser um idiota para mantê-los perto de mim, mas... isso não importa! Você não vai com eles e isso basta.
— Espera aí! — exclamei, apontando o dedo para ele, um sorriso começando a despontar dos meus lábios. — Você está preocupado comigo?
— O que? Preocupado? Eu? — ele franziu a testa e eu nem percebi o quão próximo já estávamos um do outro. — É claro que estou, sua pequena folgada. O que acha?
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It's a Boy Girl Thing
FanficDulce María e Christopher Uckermann se odeiam intensamente, talvez devido a alguns erros do passado que nunca foram reparados. No entanto, a vida de ambos toma um rumo inesperado durante uma visita ao museu e uma acalorada discussão diante de uma es...