Me pergunto o porquê de meu coração estar saindo pela boca.
Eu nunca me apaixonei, eu estive sozinho. É como se eu estivesse vivendo a vida enquanto durmo.
Um amor tão forte que me faz sentir tão fraco.
[...]
Nossos dedos dançam quando eles se encontram, você parece tão solitária.
Eu serei o único sonho que você procura, então se você se sente só, não precisa me mostrar.
Se você está sozinha, venha ficar sozinha comigo.This Side Of Paradise – Coyote Theory
Point of view Dulce María
— Eu já fiz a entrevista. — ele disse.
Eu fiquei olhando para ele, compreendendo aos poucos o que aquilo significava. Assenti devagar, desanimada e sem respostas, era como eu me sentia. Por que tudo o que eu conseguia pensar enquanto estava diante dele era que, se ele voltasse atrás, se dissesse ao menos uma parte do que sentia, eu cederia.
Facilmente.
Neguei com a cabeça, exasperada. Eu não podia ficar ao seu lado por alguns minutos e minha mente já me sabotava de forma perspicaz.
Era como se eu estivesse à mercê de Christopher, sempre esperando algo que talvez nunca viesse. Eu odiava isso em mim, mas também não conseguia parar. Ele me confundia. Não só agora, mas desde sempre. E eu sabia que, se ele não tomava uma iniciativa, se ele não estava fazendo um movimento claro, eu não poderia viver no meio dessa confusão de sentimentos. Não mais.
Já havia sido difícil o bastante escutar suas palavras na discussão que tivemos no sábado. Aquelas palavras ainda ecoavam dolorosamente dentro de mim.
"Eu te amava."
Eu nunca soube. Nunca reconheci aquele amor. Channing havia tirado isso de mim, havia sido tão egoísta, tão cruel. Às vezes, meus pensamentos voltavam para essas revelações, e meu coração se afundava mais um pouco. Passei o domingo inteiro chorando, lidando com o peso de toda aquela verdade. E o pior de tudo... enquanto Christopher me amava, naquela época, eu sentia algo semelhante. Eu não sabia nomear, mas estava lá, queimando dentro de mim.Agora, era tão claro. Eu o estava amando. Finalmente, eu compreendia. Mas doía. Doía porque ele não sentia o mesmo. Ele disse que não me odiava, mas eu sabia que as mágoas que carregávamos eram o abismo que nos separava. E o medo de sua indiferença me consumia. As palavras dele doíam, corroíam tudo dentro de mim. Na minha mente, eu já esperava o pior. Estava pronta para a indiferença, as palavras duras, o distanciamento definitivo.
Eu estava realmente pronta para o pior.
Mas então, na segunda-feira, ele me protegeu. Como o mesmo Christopher de sempre. Como se não tivesse uma parede fria e impenetrável entre nós. Ele me defendeu, e admitiu que fez isso por mim. Por um instante, senti algo quase como esperança, uma luz frágil no meio da escuridão que eu vivia. Mas logo aquela mesma luz se apagou. Pelo seu olhar, distante, confuso, eu soube que ele não havia feito aquilo por amor. Ele não sabia o que estava fazendo. Foi impulsivo. E o que isso significava?
Eu não poderia deixar meu coração se quebrar mais uma vez para tentar descobrir. Ele me confundia de todas as formas possíveis. Pisquei meus olhos, saindo dos meus devaneios e o enxergando ali na minha frente.
O silêncio horrível que se instalou entre nós era palpável. Ele parecia tão pensativo quanto eu, perdido em seus próprios pensamentos. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele quebrou o silêncio.
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It's a Boy Girl Thing
FanfictionDulce María e Christopher Uckermann se odeiam intensamente, talvez devido a alguns erros do passado que nunca foram reparados. No entanto, a vida de ambos toma um rumo inesperado durante uma visita ao museu e uma acalorada discussão diante de uma es...