Capítulo 22

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E se eu pareço estar confusa,
Eu não pretendia estar com você.
E quando você disse que eu assustei você, bem eu acho que você me assustou também.
Mas se é amor que você está procurando, então eu posso te dar um pouco mais.
E se você está em algum lugar bêbado caido pelo chão.
Oh, Joey, eu não estou mais irritada.

           Joey – Concrete Blonde

           Point of view Christopher

Soprei a fumaça enquanto apagava o cigarro no chão. Se Dulce estivesse aqui, com certeza me xingaria até o último fio de cabelo. Aquela garota jamais encostaria um cigarro nos lábios; disso eu tinha certeza.

                 Ah, Dulce...

Ela era tão confusa quanto um livro com páginas trocadas. Imagine um livro onde a sequência está toda bagunçada, sem lógica alguma, pulando de um ponto para outro sem continuidade. Assim era Dulce, e sua confusão idiota me arrastava junto.

Peguei algumas pedras no chão e comecei a atirar dentro do grande lago que havia ao redor de Central Park, as pedras quicavam ligeiramente sob as águas e aquilo era uma boa distração para a mente no momento. Eu sabia que Dulce estava com medo e frustrada por não termos conseguido nada com Alzira, mas algo naquelas palavras dela me fez nutrir uma pequena esperança.

— Enquanto a verdade do amor permanecer escondida... — Murmurei em voz alta, mas o toque insistente do celular me interrompeu.

— Oi, Anahí. — Atendi, lançando outra pedra no lago.

— Onde você está, Christopher? — A voz dela soava abafada e um tanto embargada.

— Sua amiga pediu para eu deixá-la em paz, e foi o que fiz. Estou em Central Park. — Interrompi-me ao ouvi-la fungar. — Sua voz está estranha. Aconteceu algo?

— Eu e Dulce fomos para a sua casa...não fazia sentido ela voltar para a dela já que...você sabe. — Ela pausou, tentando controlar a emoção. — Poncho entrou na hora em que estávamos nos abraçando e entendeu tudo errado...

— O quê? — A pedra caiu das minhas mãos. — Anahí, o que aconteceu? Você explicou tudo a ele, não é?

— Tentei, mas ele não acreditou. Começou a gritar, e piorou... — Ela soluçava. — Dulce tentou explicar, mas ele a agrediu. Estamos no hospital porque Poncho quebrou o nariz dela.

— Puta que pariu! — Xinguei, fechando os olhos. — Anahí, me passa o endereço do hospital agora. Estou indo para aí.

— Vou enviar por SMS. — A voz dela soava fraca. — Ainda não conseguimos vê-la, estou preocupada.

— Ela vai ficar bem. — Eu sussurrei, sentindo uma onda de preocupação. — Quem mais está aí?

— Sua mãe. Chegou do trabalho na hora em que saímos. Ela ficou em choque, parecia que teria um ataque.

— Ela deve ficou louca.  — Sussurrei, começando a caminhar para longe do lago.

— Recebeu o endereço? Estou te esperando. — Anahí avisou antes de desligar. O SMS com o endereço do hospital chegou logo em seguida. Torcia para que Dulce estivesse bem.

[...]

— Ah! Finalmente. – Anahí se apressou até mim e seus olhos apesar de vermelhos pelo choro não pareciam preocupados. – Nós conseguimos falar com ela, o médico disse que ela está bem e que dentro de uma semana já poderá a voltar às atividades normais.

— Isso é uma ótima notícia. – Murmurei olhando ao redor e vi minha mãe saindo de um corredor e indo direto para a recepção. – O Poncho sequer quis escutar vocês?

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