Capítulo 28

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Você é a culpada pelo que poderíamos ser, pois olha pro que somos.
Seus amigos tem medo de dizer que você foi longe demais, engraçado que foi tudo culpa sua desde o começo.
[...]
Fora de mim, é assim que eu me sinto quando estou do seu lado.
Na noite passada não dissemos isso, mas garota, ambos pensamos
Porque segunda opção? Eu devia ter ficado, você fala, estou a caminho.
Essa merda parece febre adolescente
Não estou com medo disso, então me diz porque segunda opção? Eu devia ter ficado. Porque você sabe o que está na minha mente esta noite.

           Teenage Fever – Drake

         Point of view Christopher

Enquanto eu devorava meu almoço no refeitório, não pude deixar de sorrir diabolicamente ao observar as amigas de Dulce tentando desvendar o mistério que era a escolha bizarra da sua roupa no dia anterior.

Após pegar uma roupa de educação física no vestiário, consegui passar despercebido durante as primeiras aulas, especialmente com o professor de matemática lecionando. Quando o intervalo para o almoço soou, vi a oportunidade perfeita para matar aula e sair do colégio, algo que Dulce sequer percebeu. Na verdade, tive a impressão de que ela estava me evitando a qualquer custo desde aquele beijo. Ah, aquele maldito beijo...

Minha mente divagou por horas durante o dia, revivendo-o de todas as formas possíveis. Aquele encaixe perfeito e a explosão de sensações me fizeram questionar minhas próprias ações.

— Amiga, me perdoa! Mas sua roupa estava mais fora de órbita do que Mercúrio retrógrado. O que aconteceu com o seu senso de moda, Dulce? – Maitê questionou, os olhos brilhando com uma mistura de incredulidade e genuína curiosidade.

Eu podia ver em Maitê que ela parecia acreditar que os planetas estavam se alinhando para um desastre fashion. Nunca fui tão certeiro com uma vingança quanto aquela; garotas são tão detalhistas com roupas, cabelos, moda... era óbvio que aquilo seria um show de horrores para Dulce.

Demi e Zoraida trocaram olhares rápidos enquanto saboreavam o almoço, caladas, parecendo dúvidosas se deveriam falar algo ou não.

— Maitê, não seja insensível! Pelo visto, a Dulce resolveu fazer cosplay de cometa desgarrado. É uma nova tendência intergaláctica que eu ainda não conhecia. – Christian soltou, batendo palmas enquanto gargalhava. Não consegui segurar minha risada e quase cuspi minha própria comida. – Amiga, eu amei a sainha! Juro! Nunca pensei que você gostasse do visual perua gótica.

— Christian! – Zoraida bateu na mesa como se chamasse a atenção dele.

— O que é?! Ela está achando graça. Nossa amiga não se importa com o que pensam dela, e eu admiro isso, Dulce María. – Christian pegou nas minhas mãos, fazendo-me largar o garfo. – É, garota! Eu admiro de verdade, porque todos estão te chamando de baranga por aí e você sequer se importa, é disso que estou falando, caralho! Eu preciso me vestir igual a você.

Então, Belinda não estava blefando sobre estarem chamando Dulce de baranga. Que pecado!

— Eu fico tão feliz por você ter sido o único a ver a essência no meu look, Christian! Isso me deixa honrada. – Dei um sorriso satisfeito. Anahí me fuzilou com os olhos, totalmente irritada. Eu mudaria meu sobrenome se Dulce não ligou para Anahí ou não se encontrou com ela para falar mal de mim.

— O que diabos aconteceu com você, amiga? Agora que você deu confiança para o Christian, não tem como ignorar. – Zoraida perguntou, sem conseguir conter sua descrença. – Aquilo realmente foi uma roupa que você acordou e simplesmente achou bonita e uma ótima ideia usar? Aqui? Nesse colégio?

It's a Boy Girl ThingOnde histórias criam vida. Descubra agora