Bruno. Afastei-me, pois ele estava muito próximo a mim, bato minhas costas na porta do guarda-roupa.
— O que faz aqui? — arqueio uma sobrancelha.
— Vou ao banheiro. — respondeu dando de ombros.
— Ah... Aqui não tem banheiro. — e começo a caminhar até a porta, até sentir ele segurando meu braço, puxando-o contra seu corpo.
— Já vai indo? Não quer ficar mais um pouco? — perguntou.
Tento me afastar dele, mas ele aperta minha cintura com seu braço.
— Bruno, por favor, me solta! Você está me machucando! — peço com um tom mais alto, ainda tentando me afastar dele.
— Por quê? Se você está em dúvida se alguém vai ouvir algo... Você pode abafar seu gemidos com o travesseiro e vai ser uma rapidinha. — sussurrou em meu ouvido.
Consigo me afastar, ao ele fazer menção de me beijar. Meu coracao batia rápido demais, e minha respiração estava pesada. Tento fugir mais uma vez, e mais uma vez ele é mais rápido.
— Me solta! Por favor, não! — murmuro.
Bruno tampa minha boca, me jogando na cama, rapidamente subindo em cima de mim.
— Bruno, por favor... Eu não quero! — gritei, antes dele tampar minha boca novamente. Lágrimas saiam involuntariamente.
— Você vai gostar, Leticia, porra! — sussurrou. Tento me debater, mas ele era maior que eu.
E no instante que eu começo bater em seu rosto, ele no mesmo instante segura minhas mãos, tirando-a de minha boca. E nesse mesmo instante ele coloca a língua ele em minha boca. As coisas pareciam acontecer rápidas demais, mas não acabava.
— Não! Não! Não! — gritava repetidas vezes.
Ele me dá um tapa em meu rosto. Fechei meus olhos. E mais lágrimas descem. Suprimo um grito.
— Calada, vadia! — proferiu cuspindo em meu rosto.
— Bruno?! — gritaram. Flavia.
No mesmo segundo, Pietro avançou em cima do Bruno derrubando-o no chão. Me encolho na cama, levantando-me em seguida. Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo.
— Bate em mim Bruno, porra! — gritou desferindo um soco no rosto de Bruno que leva sua mão até seu rosto rindo.
— Faça-me rir! — e eles começam a brigar.
Olhei para as outras duas parada na porta. Eu respirava fundo. Domingas sai correndo.
— Chamem a polícia! — grito.
Bruno estava desferindo socos na região da barriga de Pietro.
— Parem! Por favor! Parem... — eu comecei a gritar, mas minha voz foi diminuindo.
Vi Flavia correr para tentar separar os dois. Ela ficou atrás de seu namorado tentando puxá-lo.
— Flavia, não... — sussurrei, e assim que dou dois passos em sua direção. Tudo pareceu acontecer em câmera lenta.
O cotovelo de Bruno, que estava para dar outro soco em Pietro, acerta a barriga de Flavia que cai gemendo no chão. No mesmo segundo eles param de brigar. Olham-na caída no chão, e o único que vai até ela é o seu irmão. Seu namorado fica apenas observando, parado e sem nenhuma expressão facial.
— Tá doendo! — começa a chorar.
Joelhei-me no chão, após perceber que ela sangrava. Ela estava perdendo o bebê!
— Filha! — se ajoelhou ao lado da filha. — Chamem a ambulância ela está perdendo meu neto! — gritou desesperada.
Me levanto olhando em volta, tudo acontecia em câmera lenta, outra vez. Todos desesperados? Surpresos? E, pela janela do quarto, os fogos de artifícios, o barulho... Significava o ano novo.
[…]
Quando a ambulância chegou, a polícia chegou no mesmo instante. A ambulância levou Flávia, que ainda sangrava, para o hospital, que ficou chamando Bruno para ir com ela. Só que enquanto ela pedia ele era algemado e colocado na viatura. Peço a Deus que Flavia não tenha perdido o bebê.
Eu dei meu depoimento ali mesmo, mesmo sendo contra minha vontade. Minha cabeça explodia. Domingas também falou, Pietro, minha mãe... Eu não queria ir para a delegacia. Queria apenas tomar um banho e dormir. Fingir que aquilo nunca aconteceu. Eu estava bem fisicamente. Pietro não estava de nenhum dos dois jeitos. Ninguém estava. E por mais que eu quisesse dormir, eu tinha que ir falar com ele. Pietro me defendeu. E depois que os policiais sairam, ele se trancou no quarto. Minha mãe que estava chorando desesperada, acabou de capotar, depois que Domingas lhe deu um calmante. Minha irmã também dormia. E Domingas também resolveu ir dormir. Ninguém esperava o que aconteceu. Bato na porta do quarto de Pietro.
***
Gente, eu peço desculpas pelo capítulo... sei que não sou boa, mas enfim. Espero que estejam gostando da história. Qualquer dúvida, crítica construtiva... é só falar. E obrigada. ❤
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Era Apenas Uma Viagem
Teen FictionO sentimento de amar outra pessoa é belo, ainda mais quando se ocorre pela primeira vez. Não é que os demais amores não sejam belos, é que a primeira vez amando é um mar de descobertas. Na adolescência ocorre bastante isso, mas na maioria das vezes...