Capítulo 23

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Os últimos dias aqui se passaram rapidamente. Tanto que hoje é o dia da minha viagem de volta. Já arrumei minhas coisas, as malas já estão na sala, iremos ir para o aeroporto daqui meia hora, eu acho.

Quando eu aceitei o pedido de namoro do Pietro... Sinceramente, não me passou pela cabeça que nosso namoro seria a distância. E, agora, estou me fazendo milhões de perguntas como: "Como é que é sustentado um namoro a distância?", "Será que vai dar certo?", "Quando nos veremos novamente?".

Somam milhões de dúvidas, questionamentos... E, principalmente, desconfiança. Eu nunca tinha namorado antes, mas sei que a base do namoro é a confiança, claro que há o amor, a amizade, a cumplicidade... Só que não tem nada disso sem a confiança.

Será que devo levar isso para frente?

— Você nem foi ainda... e eu já estou com saudades. — a voz de Pietro faz com que eu me desperte de meus devaneios.

— É, eu também... — digo no mesmo tom, e seguro o queixo dele, depositando um selinho em seus lábios.

- Me liga quando chegar.

- Irei fazer isso. — afirmei. — E eu quero me ligue todas as noites. — brinquei.

É, claro que não era necessário que ele me ligasse todas as noites, só uma mensagem de “Boa noite”, ou, sei lá, já estava de bom tamanho. Não sei como isso vai funcionar.

- Há! Mas é claro! — disse em um tom sarcástico.

- Pietro, estou meio confusa em relação ao que vai acontecer... - resolvo me abrir.

Eu li que é sempre bom você conversar, se abrir, sobre o que está te incomodando.

- O que vai acontecer? Como assim? Você está falando de quê, Letícia? - apertou a ponta de meu nariz.

- Aprendeu meu nome, foi? - sorri irônica. - Estou falando sobre nós. Eu moro em outro estado.

- Se mude para cá, simples.

- Ah, tá. Me poupe, Pietro. - revirei os olhos.

- É sério, Mc Brinquedo! - fala sentando-se. - Olha, a gente poderia casar agora.

- É sério, Pietro! - me sento também.

- Eu estou falando sério. Pense na proposta. Se nos casarmos poderíamos sair viajando pelo mundo a fora... Só nós dois. E melhor, ficaríamos juntos. - levantou-se. - Você aceita?

- Aceitar o quê, Pietro? - revirei os olhos.

- Se casar comigo, né. - pegou em minha mão. Isso me fez rir.

- Hã... Hã... Nã... Não. - sorri.

- Você sabe que eu tava brincando... - volta a se sentar.

- Eu sei disso. E eu estava tentando me abrir com você.

- Eu estava tentando me abrir com você. - repete o que eu disse tentando fazer uma voz mais afeminada.

- Idiota! - dou um tapa em seu ombro.

- Só sei de uma coisa: deixe as coisas acontecerem como elas devem acontecer. Se for, será. - esboço um sorriso, e início um beijo.

- Ei, a gente já vai. — ouço a voz de minha irmã.

Eu e Pietro paramos de nos beijar, olhando para ilustre presença que nos observava.

- Tá certo, Vitória, tchau! - sorri, fazendo gestos com a mão. E depois de me mostrar sua língua, que precisava escovar, sai do quarto.

Voltei meu olhar para Pietro, e me levantei.

- Não vamos nos despedir agora, tá? Me deixe imaginar que ainda temos algumas horas... que poderíamos esta fazendo outras coisas... Mais excitantes... — revirei os olhos, pegando em sua mão.

- Vamos logo, moço. - e sai saímos do quarto.

        […]

Ao que adentramos no aeroporto, observo que está bem cheio. E é aí que me lembro do dia que cheguei aqui. Vagas lembranças se passam, rapidamente, por minha mente. Do dia em que cheguei, até agora.

Sorri, me sentando, em uma das aquelas cadeiras que tinha disponível ali, ao lado de Pietro.

- Quando nos vemos novamente vai ser bem intenso. — proferiu após alguns minutos de silêncio. Revirei os olhos, eu percebi a malícia de suas palavras.

- Você tem razão... Depois de uns 10 anos, com certeza. — ouço o voo ser chamado.

- Ah, Mc Brinquedo, cala a boca e me beija. Vamos fazer igual naqueles filmes melosos. - murmurou em meu ouvido, dando uma leve mordida em minha orelha.

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