Capítulo Quatro - Closer

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"Se julgarmos o amor pela maior parte dos seus efeitos, ele assemelha-se mais ao ódio do que à amizade." (François La Rochefoucauld)


AIDEN

Dois dias se passaram desde que Zyrah veio aqui e eu não consigo para de pensar naquele beijo, que inferno, estou parecendo adolescente bobo quando dá o primeiro beijo na escola e não consegue esquecer. Odeio me sentir assim com apenas um beijo, um beijo fodidamentte gostoso mas é só a porra de um beijo. Não entendo por que me sinto tão atraído a ela, que é o oposto do que eu gosto em uma mulher, apesar dela ter uma beleza natural, é bem mais nova que eu, mimada, gosta de julgar as pessoas... Isso tudo é uma loucura, preciso esquecer essa porra, somos de mundos diferentes e sempre que nos encontramos acaba em confusão e briga.

- Urh.

Me levanto do sofá passando as mãos nos cabelos puto por não conseguir controlar meus pensamentos, preciso ocupar minha cabeça com outras coisas. Pego meu celular e mando mensagem para Cassidy, uma mulher que conheci há algum tempo atrás, já saimos algumas vezes mas não foi nada sério. Ela responde minutos depois aceitando meu convite para sairmos na semana que vem, e eu espero que ela consiga me ajudar a esquecer aquela patricinha.

(...)

Estaciono minha caminhonete em frente a casa da minha mãe, e antes de descer do carro dona Adelline já está na porta me esperando com um sorriso no rosto.

- Filho, que bom que veio.

Ela me abraça e me sinto seguro e em paz em seus braços, é isso que ela sempre me trás. Minha mãe já sofreu muito nessa vida e sofre até hoje com a doença da minha irmã mais nova, mas a fé, a determinação e a força fez com que ela criasse três filhos sozinha, em uma cidade que as pessoas viram a cara para quem é mais humilde, que ignora os problemas que ocorrem por conta dos preconceitos e discriminação, e principalmente, as autoridades não agem conforme devido. Admiro muito a minha mãe, ela é um exemplo de mulher e ser humano, o que sou hoje devo tudo a ela.

- Oi mãe, está tudo bem por aqui?

Entramos e sentamos no sofá, pela hora Ava já deve estar deitada e Maison, trancado no quarto de castigo. Pela sua feição sei que aconteceu algo.

- Não tão bem como eu gostaria. - ela respira fundo - Conversei com os médicos da Ava essa semana e como o estágio dela avançou ela terá que começar a fazer a quimioterapia. E como é muito forte, ela vai começar a perder os cabelos. - ouvir isso me corta o coração, se eu pudesse eu trocava de lugar com minha irmã mas infelizmente não posso e preciso ser forte, principalmente para minha família.

Me levanto do sofá e passo as mãos pelo rosto preocupado com a saúde da minha irmã.

- Mais ela ama os cabelos dela mãe, não tem outro jeito? - minha mãe abaixa a cabeça.

- Infelizmente não meu filho, como o médico já tinha conversado conosco a leucemia aguda, possui a progressão rápida e afeta as células jovens que ainda não foram completamente formadas, comprometendo suas funções e a capacidade de defesa do organismo. Então ela precisa começar a fazer quimioterapia para avançar no tratamento.

Seus olhos lacriejam, me sento ao seu lado e lhe abraço forte, deixando um beijo em sua testa e lhe tranquilizando.

- Vai dar tudo certo mãe, Ava é forte e vamos passar por essa fase juntos. Vamos vencer essa doença.

- Vamos sim meu filho.

Eu odeio essa doença desgraçada, foi a pior coisa que aconteceu em nossas vidas depois da morte do meu pai. Minha mãe tinha acabado de se recuperar da depressão e os médicos deram essa notícia, foi uma barra. Todos nós sofremos com isso e saber que minha irmã tem apenas dez anos acaba comigo.

Intensa PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora