Capítulo Um - Fogo e Gasolina

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PRIMEIRA FASE

O amor... Ah, o amor...

O amor quebra barreiras, une facções,

destrói preconceitos, cura doenças...

Não há vida decente sem amor!

E é certo, quem ama, é muito amado.

E vive a vida mais alegremente...

(Artur da Távola)

AIDEN

Friday, 05 de abril de 2013.

Chego no Garrick's e o bar está lotado, hoje é sábado dia de karaoke e essa é uma da poucas atrações que existem em Daylesford, uma pequena cidade no condado de Victoria na Austrália. Nasci e cresci nesse lugar e apesar de não gostar da metade das pessoas que moram aqui, eu gosto da cidade. Consigo chegar até o balcão do bar que frequento quase todo final de semana e sento em um dos poucos bancos desocupados. Aceno para o Paul que termina de atender um grupo de amigas do ouro lado e vem me atender peço o de sempre. uma cerveja.

Normalmente em um dia como hoje, eu pediria algo mais forte como uma dose de vodka mas prefiro ficar mais tranquilo, já tive problemas demais em um dia só. Aliás a minha vida está cada vez mais complicada, além dos problemas com a doença da minha irmã mais nova, minha mãe foi chamada no colégio pela segunda vez por que meu irmão do meio se meteu em mais uma briga e como ela já está cheia de problemas, eu fui no seu lugar. Eu praticamente ocupei o lugar do meu pai quando ele morreu, minha mãe teve depressão o que foi bem complicado pra mim, eu tive que largar os estudos para trabalhar e ajudar em casa. Mason sempre deu trabalho, vive arrumando confusão mesmo levando esporro e ficando de castigo não adianta, infelizmente ele puxou a mim, que mesmo sabendo que não devo me meto em brigas ao ver uma covardia. Mas a sua revolta maior é pela morte do meu pai, que até hoje não descobrimos quem o assassinou pois a policia decidiu arquivar o caso com dois meses de investigação.

- Problemas? - Paul diz preparando uma bebida a minha frente.

- Pra variar.

- Eu já te disse o que você precisa.

- Mulher não vai resolver os meus problemas.

- Eu não disse que vai resolver mas vai seria mais fácil se você tivesse alguém para conversar e estar contigo nessas horas.

Antes de eu responder ele vai entregar a bebida para uma das garotas que está com um grupo de amigas do outro lado do bar. Paro alguns segundos para observa-la, nunca a vi pela cidade mas ela não parece nova por aqui. Tem uma beleza diferente das mulheres daqui, é tão intrigante que chega ser perturbador... Não sei como explicar. Mas logo me desintereso, pelo seu jeito de falar e seus gestos é uma patricinha mimada assim como as outras que estão ao seu redor. Me desligo da patricinha e peço uma outra cerveja analisando as pessoas ao meu redor. Do meu lado esquerdo tem um homem afogando as mágoas olhando para a aliança que está fora do dedo, provavelmente foi traído e está tentando descobrir a onde foi que ele errou. No meu lado direito tem um homem e uma mulher conversando depois dele ter dado uma cantada barata quando ela foi pedir uma bebida no bar. Ou seja, estou entre um homem destruído e um que está indo pelo mesmo caminho. E o que estou pensando nesse momento? Que jamais irei seguir os conselhos do Paul.

Uma hora depois, eu estou na quinta cerveja, risadas altas me chamam atenção e quando viro meu pescoço para olhar não me surpreendo ao ver o grupo de garotas bêbadas se despedindo. E mais uma vez ela prende meus olhos com sua beleza, sua pele branca é realçada pela cor negra de seus cabelos longos, ela sorrir para a amiga e na mesma hora eu fico hipnotizado com o sorriso formado pelos seus lábios grossos avermelhados. Porra, que merda eu estou pensando? Já bebi demais.

Intensa PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora