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  Era o meu segundo dia de aula e eu pegava alguns livros em meu armário - o qual eu havia demorado um pouco até achar. O sinal soou assim que o fechei.

  Era aula de ciências e eu havia me sentado perto da janela. A escola tinha dois andares e no momento eu estava no segundo. A vista da janela era para o campo de futebol e arquibancadas, onde alguns alunos jogavam e outros estavam apenas sentados. Blake Gray jogava. Eu havia ficado aliviada por não receber nenhum de seus olhares hoje, o garoto provavelmente já havia esquecido da minha existência. Era provável que fosse só mais um adolescente mimado com complexo de superioridade.

  A primeira aula passou rápido, assim como a segunda. Só mais uma antes do intervalo. Olhei em meu horário, ainda não decorado por mim, procurando pela minha próxima matéria. Matemática; sala 16. Eu não fazia ideia de onde ficava a sala dezesseis, até onde contei mais cedo, esse corredor só tinham dez salas.
  Vi a mesma garota de ontem que estava sentada ao meu lado e mais um garoto se aproximarem, parando ao meu lado.

  — Olá — a voz dela soou animada, como o sorriso no rosto. O garoto ao seu lado era mais contido.

  Ela usava calça jeans, uma blusa azul e jaqueta e era muito bonita. Seu longo cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo. Ela usava uma maquiagem mínima, mas bonita.

  — Oi — tentei responder com a mesma animação, querendo ser simpática.

  — Eu sou a Loren e esse é o Brandon — disse enquanto apontava para si e para o garoto.

  Brandon me lembrava muito o menino que sempre estava com Blake - o sobrenome era algo como Rowland. Era alto, também tinha os mesmos cabelos castanhos e olhos esverdeados. Usava moletom, calça jeans e tênis.

  — Eu sou Sam. — Eles sorriram, provavelmente já sabiam já que o professor fez questão de me apresentar para a sala toda.

  Andamos juntos para fora da sala, seguindo o corredor.

  — Se mudou para cá recentemente? — Brandon perguntou e assenti.

  — Sim, já estou aqui há uma semana.

  — Você é inglesa, não é? — Loren indagou. — O seu sotaque com certeza é.

  — Nasci aqui, mas morei em Londres desde os meus sete anos, então acho que peguei um pouco do sotaque de lá — dei de ombros, não desinteressada, mas sem saber uma resposta certa.

  Meu modo de falar era parecido com o deles, mas não completamente.

  — Vimos que chegou com Cameron, vocês são...? — Ela não terminou a frase.
 
  Provavelmente cogitaram sermos um casal e isso quase me fez rir, apesar de ser totalmente estranho.
  Cam e eu não éramos parecidos na aparência, então eu não podia os culpar por pensar isso.

  — Ele é meu primo — as sobrancelhas da garota se ergueram um pouco.

  — Muitas garotas ficaram tristes pensando que eram um casal — Brandon riu ao dizer e eu tentei imaginar garotas me odiando por Cameron.

  Ele era bonito e um ótimo cara, mas eu não conseguia imaginar várias garotas atrás dele. Ou que, como eu recém havia descoberto, era considerado popular.

Perfectly WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora