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LOREN GRAY


  — Não acha que ela se aproximaria de nós por conta do Blake, né? — Indaguei a Lea aos sussurros.

  — Do que está falando? — Ela me olhou confusa.

  — Sam — eu disse, óbvia. — Não seria a primeira vez a acontecer.

  — Ah, isso — ela colocou um monte de pipoca na boca. — Eu acho que não. Não parece ser esse tipo de garota.

  — É, você tem razão — falei.

  Tentei me concentrar no filme que Lea havia escolhido - o que nunca era uma boa ideia. Já estava na metade e meu tédio aumentava a cada minuto passado.
  Já havia acontecido de garotas se aproximarem de mim por Blake. O que não fazia nem sentido porque não éramos próximos. E Blake conversava com qualquer garota que lhe desse moral.

  — Vou ao banheiro e já volto — voltei a sussurrar.

  — Compra mais pipoca — assenti. — Valeu.

  levantei e andei pela a sala de cinema escura e quase vazia até a porta.
  Usei o banheiro e depois arrumei meu cabelo, enrolando para ver se perderia mais alguns minutos do filme. Comprei mais pipoca e voltei para a sala de cinema.
  Enquanto estava andando pelo o corredor escuro, senti meu corpo se chocar contra o de alguém.

  — Droga — murmurei ao ver que toda a pipoca estava no chão.

  — Quais eram as chances de isso acontecer justamente com nós? — Era Harvey.

  — Você não olha por onde anda? — Ele riu.

  — Claro. Mas eu estava concentrado demais em você — respondeu, e o olhei com o cenho franzido.

  — O que? — Indaguei.

  — Acho que você ouviu bem — ele arqueou uma das sobrancelhas.

  — Eu ouvi. Só não acredito que seja você quem tenha falado — dei de ombros.

  Harvey e Hunter eram amigos de Blake desde quando começamos a frequentar a escola quando éramos crianças. Nossos pais se conheciam então sempre estavam em minha casa ou até na deles quando minha mãe me obrigava a ir com Brandon as festas de aniversário.
  Três garotos e eu, é claro que faziam piadas e pegadinhas comigo em boa parte do tempo, isso até pouco depois dos treze anos de idade.

  — E por que não? — Uma mulher sentada perto de onde estávamos conversando nos olhou feio

  Voltei a sair da sala de cinema para comprar outra pipoca e Harvey veio atrás.

  — Porque você é Harvey Cantwall. Quem sempre me chamou de chata. Quem me apelidava e me fazia chorar por isso — revirei os olhos.

  — Você não gostava dos apelidos? Os que eu menos gostava eram loirinha e mini Gray — disse como se estivesse ofendido.

  — Não, eu não gostava. E esses eram os menos maldosos — falei me virando para ele.

  Comprei outro balde de pipoca e dessa vez eu teria que pagar. Ou Harvey, ele quem derrubou.

  — Não era pra ser ofensivo, você quem entendeu errado — ele falou dando de ombros enquanto nós entramos de novo no cinema.

  — Você nunca me disse isso — arqueei uma das sobrancelhas.

  — Eu nunca te disse muitas coisas, sabe — disse.

  Harvey voltou para o seu lugar no cinema e fiz o mesmo.
  Que tipo de coisas?

Perfectly WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora