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  — Primeiro você vai até a sala para o professor ver que eu realmente fui te procurar, depois faz o que você quiser. Entendeu? — Arqueei a sobrancelha o olhando.

  — Por que eu faria isso? — Ele riu com escárnio.

  — Porque se não fizer vou dizer ao diretor que me empurrou na piscina. E acho que você sabe em quem ele vai acreditar — ele franziu o cenho.

  — Não faria isso — ele debochou.

  — Tenta a sorte — dei de ombros.

  De uma coisa eu sabia; não podia ficar na detenção de novo. Não tinha certeza se faria isso com Blake, mas ele também não.
  Voltamos para a quadra onde todos faziam exercícios e bati na porta, chamando a atenção do professor.

  — Pronto, ele está aqui — falei, Blake acenou ao meu lado com um sorriso idiota.

  — Já passaram bem mais que cinco minutos. Você pode entrar, mas está na detenção — falou enquanto escrevia na lousa. Nem mesmo nos olhou.

  Demorei um segundo pra entender se ele falava sério. Fui até lá e trouxe Blake de volta, ele estava de brincadeira com a minha cara? Eu estava tão furiosa que nem mesmo pensei. Peguei minha mochila na arquibancada. Se eu olhasse para aquele professor por mais um segundo eu surtaria de vez.

  — Onde a senhorita acha que vai? Prefere a suspensão? — Ele se virou para mim.

  Passei pelo o mesmo, saindo da quadra.
  Todos ficaram parados, apenas olhando. Com excessão de Hunter, que ria. Também passei direto por Blake, que logo veio atrás de mim segurando uma risada.

  — Rowland, se não calar a boca agora, também sai da sala — ouvi o professor se queixar.

  Minha mãe ficaria uma fera, com certeza. Mas também entenderia o que havia acontecido.

  — Cara, nem eu nunca fiz aquilo — Blake falou, andando atrás de mim.

  — Fica quieto, Gray — murmurei.

  — Acho que você não é a garota santinha que eu imaginava — ele falou, sorrindo.

   — Nos conhecemos a muito pouco tempo, não acha?

  Blake passou o braço em volta dos meus ombros e me aproximou dele.

  — Onde vamos? — Perguntou.

  — Eu espero que eu vá pra bem longe de você — o empurrei pela lateral da cintura.

  Mas no final, eu havia ido com Blake. Foi fácil sair da escola pelo portão dos fundos, sempre aberto. E depois de tanto discutir com Blake eu estava em seu carro.

  — Sério? — indaguei quando ele parou o carro perto da praia.

  — É claro, o dia está lindo — mais um de seus sorrisos irônicos.

  Descemos do carro e nos sentamos na areia, perto do mar. Estava sol, mas também tinha uma brisa fria, então continuei com o moletom do Blake.
  Não estávamos tão longe da minha casa daqui e eu havia vindo uma vez com Cameron desde que me mudei.

  — Ariel não vai gostar quando saber que ficamos sozinhos por mais de dois minutos — Blake arqueou uma das sobrancelhas.

  — Ela não é minha namorada — ele riu.

  — Então avise isso para ela — franzi o cenho.

  — Você fica uma gracinha com ciúmes — falou tocando a ponta do meu nariz.

Perfectly WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora