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  Eu havia chegado de Londres a uma semana e estava feliz por estar em casa, apesar de já ter saudades dos meus amigos.

  A semana havia sido tranquila. Havia desfeito minhas malas, organizado algumas coisas para a volta as aulas e descansado bastante.
  Não havia visto meus amigos ainda, já que a maioria ainda viajava. Combinamos de nos encontrar na escola, todos juntos.
  Em compensação, Cameron não havia saído da minha casa por quase nada. Em poucos dias ele começaria a faculdade e disse que queria aproveitar a última semana das férias com "a sua priminha".
  Eu não reclamei e foi uma ótima semana - talvez eu estivesse com saudades.

  Amanhã seria o primeiro dia do terceiro colegial.
  Tentei deixar tudo arrumado, para não me atrasar pelo o menos dessa vez. Tentei dormir e durante a primeira hora fiquei apenas olhando para o teto, ansiosa para ver os meus amigos, ansiosa para saber como seria, se algo havia mudado. Não na escola em si, mas nas pessoas. Quando o sono chegou até mim, adormeci rapidamente, deixando tudo isso de lado.

[...]

  Acordei com as batidas na porta do meu quarto, era minha mãe me acordando.
  Olhei no relógio, ainda muito sonolenta e prestes a voltar a dormir. A sensação passou quando vi que tinha dormido quase meia hora a mais.

  Levantei apressada, indo direto para o chuveiro. Atrasada ou não, eu precisava lavar o meu cabelo diante da situação que se encontrava.
Depois de um banho rápido e escovar os dentes, me troquei - por sorte havia separado a minha roupa na noite anterior - e sequei meu cabelo. Calcei meus tênis e peguei minha mochila e celular, saindo de meu quarto.

  — Bom dia — minha mãe disse assim que me viu descer a escada. — Não vai nem comer algo?

  — Bom dia. Acho que não vai dar tempo, eu como na escola — a beijei em sua bochecha. — Tchau mãe.

  — Tchau querida — falou, me acompanhando com o olhar. — Tenha um bom dia e dirija com cuidado.

  — Obrigada — disse antes de fechar a porta, caminhando até o carro.

  Eu havia tirado a carteira de habilitação pouco depois de me mudar para cá, mas só esse ano meus pais me autorizaram a usar o carro diariamente, já que não teria Cameron. Sentiria falta das suas caronas.

  Faltavam mais ou menos vinte minutos para os portões da escola fecharem, e eu provavelmente chegaria em dez lá. Pelo o menos não precisaria entrar correndo.
  Eu ainda estava ansiosa para ver meus amigos, o que estava me deixando inquieta.

  Como eu disse, mais ou menos dez minutos depois eu estava lá. Estacionei o carro e desci do mesmo, indo para dentro da escola.
  No caminho até o pátio onde meus amigos estariam, cumprimentei algumas pessoas que conhecia.
  Finalmente os avistei em uma rodinha, conversando animados.

  — Caraca, nem parece que sentiram a minha falta — falei ao me aproximar.

  Os primeiros a virem me abraçar foram Loren e Joey. Eu havia sentido falta de seus abraços. Com a mesma empolgação dos dois, todos me abraçaram. Logo em seguida já começaram a perguntar sobre várias coisas remetentes a Londres.
  Respondendo as suas perguntas e conversando com eles pude notar que realmente havia sentido falta deles. Eles me fizeram sentir em casa quando cheguei e agora eu compreendia que aqui havia se tornado a minha casa. É claro que nunca esqueceria meus amigos de Londres ou a própria cidade, mas as coisas mudam e a única coisa que eu pude fazer foi me adaptar a essa nova vida.

Perfectly WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora