"O que está mais próximo de Deus:
A sede ou a confissão?"
Kristin ChangDepois de bater algumas vezes na porta do apartamento de Annie, ela finalmente apareceu. Usava um top esportivo e uma calça jeans colada, que realçava cada curva do corpo magro, porém bem definido, seus cabelos estavam molhados, o que indicava que ela tinha acabado de sair do banho... e Alfonso não devia estar reparando em nada daquilo, não daquele jeito.
Antes, sua desculpa era a de que admirava a beleza como os apreciadores de arte admiram uma bela tela ou escultura. Uma admiração estética. Mas com Annie, percebeu, jamais poderia usar aquela desculpa. Ele a enxergava como um homem vê uma mulher. Uma bela e atraente mulher. E esse era o primeiro de muitos problemas.
— Oi... já está mais calma? – ele perguntou, quando percebeu que ela não ia fechar a porta em sua cara.
— Não esperava te ver mais... – respondeu dando de ombros, enquanto saia do caminho para que Alfonso pudesse passar.
O padre aproveitou a oportunidade e entrou, procurando a melhor forma de se explicar. Anahí parecia esperar isso dele, a começar pelos braços cruzados na altura do peito e o cenho franzido.
— Annie, me perdoe por ontem... se eu pudesse voltar no tempo e consertar as coisas, eu o faria.
— Não tem nada pra se consertar, Alfo... digo, padre. – ela se corrigiu, caminhando até a mala aberta sobre a cama. — Nós não temos nada a ver um com o outro, de qualquer maneira
— Por favor, não faça isso.
Annie soltou as roupas que guardava na mala e o encarou.
— Isso o quê?
— Me tratar com indiferença... sabe muito bem que pode me chamar de Alfonso.
— Não, padre. Não posso e não vou. – respondeu, voltando a jogar as roupas da arara para a mala.
Alfonso suspirou, resignado e disse:
— Christian me disse que viaja amanhã cedo...
Claro que disse, pensou Anahí. Quando voltasse de viagem, teria uma conversinha com o amigo. Christian precisava aprender a parar de meter o nariz onde não era chamado.
— Aquele fofoqueiro te passou a informação errada... resolvi viajar essa noite mesmo, vou pegar o primeiro ônibus pra Portland.
— É uma viagem e tanto pra se fazer de ônibus. – comentou Alfonso, aproximando-se.
O cheiro chegou antes dele. Anahí precisou se focar no que estava fazendo pra não pular em seus braços e beijá-lo novamente. Era ainda mais difícil se controlar quando, como naquele momento, ele não estava "uniformizado" de padre. A camisa xadrez escura que ele usava, junto com uma jaqueta marrom de lã, combinando com o jeans de lavagem escura, o deixavam normal demais. Bom, talvez normal não fosse a palavra mais apropriada... Alfonso parecia uma pessoa comum, mas ele nunca seria normal. O homem era um deus grego convivendo entre os mortais e ele devia saber disso. Não era possível que ele fosse obtuso ao efeito que causava nas pessoas.
— É... mas não tem outro jeito. – respondeu Anahí, focando na pergunta dele, impedindo seus pensamentos de vagarem em territórios perigosos.
— Eu posso te levar.
Anahí riu, segurando a barriga. Ele era lindo de morrer, mas também podia ser hilário.
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DARK PARADISE
FanfictionQuando Alfonso Herrera viu Anahí Portilla pela primeira vez, ele soube que ela seria um problema. Por favor, a jovem tinha "problema" escrito em um letreiro neon sobre sua cabeça... ...Ainda assim ele aceitou o desafio que seria ajudá-la com seu ví...