Capítulo XI: The undone and the divine

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"Mas você, você é especial pra mim. Quando eu estou com você, eu sinto que algo simplesmente se encaixa. Eu acredito em você. Eu gosto de você.
Eu não quero deixar você ir."
Haruki Murakami

Nenhum dos dois saberia dizer com clareza como fizeram o caminho até os colchões que Anahí usava como cama, mas chegando lá, as roupas de ambos foram automaticamente retiradas e descartadas, formando um bolo no chão.

Os lábios de Alfonso estavam em todos os lugares, imprimindo sua marca em cada centímetro da pele de Anahí. Estava mais do que claro pra ela,  que ele não fazia aquilo há um bom tempo, principalmente pelo que ele dissera antes enquanto comiam, mas isso era o que menos importava. Se Anahí fosse honesta, a sensação de estar fazendo algo proibido era muito excitante.

— Estou meio perdido aqui. – Alfonso suspirou, mantendo seu peso sobre os braços posicionados sobre a cabeça de Anahí.

Ela riu e acariciou as costas dele com as pontas dos dedos, arrepiando sua pele.

— Não tem problema... temos todo o tempo do mundo. A chuva não vai parar tão cedo... – apontou com a cabeça para a janela, onde a água escorria sem parada. — Me dê um momento. – pediu, então.

Sem nenhuma vergonha de sua nudez, – afinal, por que teria? Só de olhar de relance para o corpo esguio, mas curvilíneo nos lugares certos, Alfonso sentia uma fisgada em seu baixo ventre que percorria todo o caminho até seu pau semi ereto, – Anahí caminhou até uma pequena cômoda que tinha comprado por desconto maravilhoso em um antiquário em Chinatown, juntamente com um biombo com desenho oriental e de uma gaveta tirou um pacote de camisinhas. Um padre com toda a certeza não andaria por aí com camisinhas, pensou a garota, mas mentalmente se corrigiu, ou garrafas de uísque...

Fechando a gaveta, Anahí deitou-se novamente ao lado dele, que a encarou em silêncio por um momento, antes de dizer, tentando quebrar o gelo:

— Vi que comprou móveis novos...

— Eu gosto de coisas velhas. – respondeu ela, abrindo um pacote de camisinha e deixando os outros de lado. — Gosto de olhar pra um objeto e saber que ele tem uma história, imaginar que pertenceu a alguém em uma outra época, uma pessoa que tinha outra idade, outros sonhos...

— Acho que aquele biombo foi de um imperador.

— Ou de uma gueixa ou de uma dona de casa sem nome, todos temos uma estória pra contar, até o mais simples de nós. – ela argumentou, observando a forma como os olhos de Alfonso pareciam mudar de cor conforme a luz se derramava sobre eles. Ela não tinha incluído aquilo em seu retrato. — Enfim, só gosto de coisas velhas!

Com uma mão, Alfonso tirou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto dela e segurou seu queixo.

— Você tem a alma de uma artista, Annie. Não se sente fora do lugar nessa época, não queria ter nascido em outros tempos...?

Ela riu pelo nariz, fazendo um som engraçado e respondeu:

— Eu gosto de bugigangas vintage, padre, mas não troco meu smartphone e meu microondas por nada! Estou bem exatamente onde estou, no século XXI, ao seu lado... até porque se fosse outra época, eu não poderia fazer isso...

Dizendo isso, ela juntou seus rostos e o beijou com vontade, deslizando a língua contra a dele em uma perfeita sinfonia de dois. As mãos de Alfonso apertaram a cintura dela e desceram por sua bunda e coxa, trazendo uma perna pra circular sua cintura. O beijo crescia em intensidade, quando ele se afastou um pouco, apenas para dizer:

— Não me chame mais assim, por favor...

— Do que? – Anahí sorriu provocante e desceu as unhas pelo peitoral dele, arranhando. — De padre?

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