18. - 1 mês depois

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- Não tens 1 minuto para mandares uma mensagem de boa noite?

- Tenho...

- Então? O que te impede?

- Eu... Eu...

- Tu... Tu... E tu! É sempre assim! Pois olha, eu estou farta disto, João! Farta! — Gritei e desliguei a chamada.

Assim que desligo a chamada deixo cair o telemóvel e agarro-me aos meus joelhos. Não conseguia parar de chorar, os meus olhos ardiam e estavam vermelhos, o meu peito doía, a respiração estava fraca. Eu estava fraca. Não sei porque tomei uma atitude destas sem antes deixa-lo falar. "Porque sabes que se ele falasse te ia dar a volta e voltaria tudo ao mesmo." O meu subconsciente intrometeu-se e eu acabei por suspirar quando fui obrigada a constatar que ele tinha, irrevogavelmente, razão...

Agarrei de novo e passei os olhos por todas as pessoas a quem eu poderia ligar. Acabei por escolher a mais improvável.

- Estou? — Perguntou e fez-se ouvir um enorme barulho de fundo.

- Olá Harry! Não digas nunca nada que dê a entender que estás a falar comigo! Por favor. — Pedi antes de ele dizer alguma coisa.

- Tudo bem... Espera um pouco. — Deixei de ouvir tanto barulho e ouvi uma porta a bater segundos depois. — Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

- Não... Sabes... Ham... Isto se calhar vai ser estranho. Mas eu não sei... Acho que posso confiar em ti e queria fazer-te uma pergunta... - Falei a medo e tentando disfarçar a minha voz de choro.

- Claro que sim... Diz-me...

- Como está o Louis? Ele está bem? — Perguntei de uma vez, encolhendo-me na cama com a vergonha como se ele me estivesse a ver.

- Porque não lhe perguntaste directamente a ele? — Perguntou surpreendido.

- Porque eu estou preocupada com ele... Quero apenas saber se está tudo bem... E... Eu não quero falar com ele... - Suspirei.

- O que se passa?

- Bem, a Pezz e a Dani entregaram-me as coisas que vocês autografaram para as minhas primas... E vinha lá uma mensagem do Louis para mim. E ele lá disse que estava metido numa teia e que agora ia ser difícil sair dela... Eu não entendi o que ele quis dizer. — Expliquei. — Aconteceu alguma coisa para ele dizer aquilo?

- Queres saber se está tudo bem entre ele e a Eleanor?

- Não... Eu quero... Bem... Eu... Sim, é isso. — Gaguejei.

- Sim, aparentemente está tudo perfeito. — Bufou.

- Porque bufaste?

- Eu no lugar dele já não estava com ela há muito tempo. Mas fazer o quê? Ela enfeitiçou-o de uma maneira. — Resmungou.

- Ahh... - Respondi.

- Eu já percebi que vocês gostam um do outro. Mas estão ambos agarrados a essas relações falhadas! Desculpa, Pen. Eu sei que não sou ninguém para te dizer seja o que for. Mas eu conheço o meu amigo e sei perfeitamente que ele sente alguma coisa por ti. Ele arranjou coisas para nós autografarmos que eu nem sabia que existia! E fê-lo às escondidas da Eleanor! Ela uma vez pediu-lhe coisas para dar a não sei quem e ele deu-lhe uma caneca autografada. Isto quer dizer demais! — Fez uma pausa enquanto eu assimilava tudo o que ele tinha dito. — E tu? Tu acabaste de me ligar para saber se ele está bem, ou se ainda está com a Eleanor! Pen, até eu que te conheço há uns dias percebi! Lamento ser eu a dizer-te isto. Mas estou farto de ouvir o Louis a lamentar-se que não consegue falar contigo.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora