64. - Julgamento

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*17 de Junho de 2013*
*Louis POV*

Hoje é o fatídico dia. Estou de consciência tranquila mas ainda assim nervoso. Ser acusado de coisas que não fiz e que sou, claramente, contra julgando quem o faz é absurdo.
Tenho pena que a Eleanor seja assim... Ou esteja assim.

Não sei o que lhe fiz para merecer isto. Sempre a respeitei, nunca a forcei a nada, mimei e tentei sempre compensa-la com as minhas ausências prolongadas. Sempre lhe dei tudo. Mas, na verdade, acho que agradeço por tudo isto.

Sim, agradeço. E se eu tinha avançado com a ideia de a pedir em casamento? E se me tinha casado com ela? Como seria a minha relação? Quantas vezes ela não iria colocar a minha vida profissional em causa? Como já uma vez fez. São tudo perguntas às quais nunca irei ter uma resposta. Graças a Deus.

Ainda não tenho uma justificação para o fim da minha relação com a Eleanor. Eu amava-a, ou achava que amava. Eu era realmente feliz com ela. Claro que a traição foi o fim óbvio para esta relação. Afetou-me, tive o orgulho ferido. Mas a verdade, sendo que nunca a escondi, é que a Penélope mexeu comigo desde a primeira vez que a vi no centro comercial. Onde procurava um anel de noivado e alguma coisa portuguesa para jantar, mal sabia que era para ela. Acho que a partir desse dia a minha relação com a Eleanor começou a morrer e todas as máscaras começaram a cair.

Tudo tem acontecido rápido nestes últimos tempos. Eu em 4 meses posso afirmar que amo a Penélope. Em quatro meses estou a viver com uma rapariga que, supostamente, mal conheço. Mas, na verdade, conheço muito melhor que qualquer outra pessoa. O nosso relacionamento sempre foi confuso. Não no mau sentido. Mas, acho que ambos tentámos negar por algum tempo. Relações recém-acabadas e ambas de longa duração... Tudo isto era quase um tiro no escuro. Uma nova relação era de loucos.

- Bom dia, Louis. - Uma voz bastante familiar chama a minha atenção.

- Bom dia, mãe. - Sorri e levantei-me dando-lhe um abraço. - Vieste sozinha? - Voltei para o lugar onde estava anteriormente.

- Sim, deu a preguiça à tua irmã de se levantar e por isso, ela ficou em casa com as gémeas. - Encolheu os ombros. - E tu? Estás sozinho? - Pousou uma quantidade de sacos na bancada da cozinha.

- Sim, acordei já faz algum tempo... - Confessei. - Sentei-me aqui para comer alguma e bem... Abstraí do mundo. - Sorri de lado.

- Percebi que estavas longe... Chamei-te umas 5 vezes. - Sorriu. - No que pensas? - Sentou-se de frente para mim e sorriu carinhosamente.

- Em tudo... - Suspirei. - No que poderia acontecer hoje, no que terá levado a Eleanor a fazer isto e no quão rápido as coisas são com a Penélope...

- Não vale a pena saber o que levou a Eleanor a este ponto... Vais perder tempo e, com certeza, não vale a pena. Ou então, não é um motivo bom o suficiente. - Sorriu. - Quanto à Penélope... Foi rápido, sim. Mas isso, torna tudo mais intenso.

- Intenso é uma boa palavra. - Ri e ela acompanhou-me.

- Mas onde elas estão? A dormir ainda? - Ergueu uma sobrancelha.

- Sim, quando acordei era cedo de mais... Ainda nem tinha amanhecido. - Segui o olhar da minha mãe e olhei para a taça de cereais cheia.

- Estás com a taça assim desde madrugada!? - Perguntou num tom repreensivo e eu limitei-me a encolher os ombros. - Eu vou preparar alguma coisa para o pequeno-almoço.

- Não vale a pena... Há aí cereais e essas coisas. - Expliquei.

- Vou fazer um pequeno-almoço em condições para vocês. Não quero os meus filhos e a Pen a desfalecer no tribunal. - Falou de forma engraçada fazendo-me rir. - Vai acordar a tua namorada e a tua irmã e daqui a meia hora está pronto.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora