44. - Aveiro

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*20 de Maio de 2013*

*Penélope POV*

Eram 5h da madrugada quando chegamos ao aeroporto. A Johannah levou-nos no seu carro e claro, a Charlotte e a Mónica também quiseram ir.

Eu estou morta de sono, mas estou tão excitada com o ir a Portugal que não consegui pregar olho a viagem inteira, inclusive no avião. Para minha surpresa os bilhetes eram em primeira classe por isso, tudo naquele avião era novidade e olhava encantada para tudo. Quando vim para Inglaterra, vim em classe económica. Numa fileira de 4 cadeiras de cada lado e ia praticamente tudo ao molho e fé em Deus. Mas a primeira classe não tinha rigorosamente nada a ver, os bancos eram em cabedal branco e dois lugares, numa fileira, era dividido por uma mesa. Um luxo absoluto!

O Louis dormiu a viagem de avião praticamente toda, depois claro de se rir de mim e da minha cara de "burro a olhar para o palácio". Fiquei a pensar se tinha trazido tudo o que iria precisar durante a viagem. Estive dois dias a escolher roupa, a fazer e a refazer as malas, fiz 3 listas para ter certeza que não me esquecia de nada, acho que trouxe tudo o que precisava. Para dizer a verdade, quem fez a revisão da minha mala foi a Mónica e a Charlotte e algo que me diz que terei alguns problemas quando a abrir.

Quando aterramos no aeroporto do Porto, tínhamos uma van preta à nossa espera que nos ia levar ao hotel na minha cidade natal, Aveiro. A Mónica contou-me que a Charlotte lhe perguntou para que cidade deveria reservar o hotel, se na minha cidade natal ou na cidade em que estudei. Disse para ela reservar para a cidade natal, pois eu provavelmente iria querer correr a minha família toda e claro, mostrar a minha cidade a quem viesse comigo.

Com tudo isto não pensei na reacção dos meus pais quando vissem que eu tinha viajado com um rapaz. Iria dar asas a discussões e provavelmente iriam dar razão ao João e eu estou de férias e não me apetece de todo discutir. Mas, eles são meus pais... Eles vão ouvir-me e vão dar-me razão. Eu sei que sim.

A cara do Louis a olhar pelo vidro do carro no caminho em que nos dirigíamos ao hotel era impagável. A reacção dele a certas coisas e a empolgação era brilhante. Infelizmente iriamos apenas estar em Portugal 3 dias, para mim é pouquíssimo tempo... Mas em compensação irei estar imenso tempo no Brasil e tenho tantas coisas que quero conhecer, a Mónica é óptima em deixar-me com vontade de conhecer tudo no Brasil.

Chegamos ao hotel e depois do Louis ter que tirar uma foto com o gerente e a recepcionista para a posteridade, subimos para o quarto onde apenas largamos as malas e tornamos a sair. Ia-mos almoçar a casa dos meus pais.

Eu ia no banco traseiro do lado do vidro e olhava nervosa pelo mesmo.

- Está tudo bem? — Perguntou chamando-me à atenção. — Estás distante...

- Tens razão, estou preocupada com a reacção dos meus pais quando te virem...

- Por causa do que o João falou, não é? — Perguntou compreensivo, eu apenas acenei e ele sorriu. — Não te preocupes, eu entenderei se eles forem um pouco ríspidos comigo... É natural. Mas quando contares tudo o que aconteceu eles vão compreender o que se passa e vai ficar tudo bem.

- Espero bem... - Suspirei.

Assim que acabei de falar, a van parou. Respirei fundo e abri a porta para sair, sai e esperei pelo Louis. Ele agarrou na minha mão e olhei-o séria a mão dele estava fria, transpirada e tremia por tudo quanto era lado. Ele apenas encolheu os ombros e sorriu nervoso. Eu não consegui evitar e beijei a sua bochecha — não sendo bem a bochecha que eu queria beijar —, mas o seu nervosismo era tão fofo... Não resisti.

Toquei à campainha e esperei que alguém me abrisse a porta, podia ter aberto com a minha chave... Mas parece que não me sinto à vontade para o fazer, é como se aquela já não fosse a minha casa.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora