21. - "Devias compensa-la"

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- Não vale a pena, Lottie... O melhor agora é afastarem-se dela... - Falou Penélope.

- Sim, a Penélope tem razão... Vamos para casa, Louis... Tens que dormir. - A minha mãe sorriu calorosamente.

- Não... - Falei de imediato. - Eu quero ficar aqui. Penélope, posso ficar aqui?

- Mas Louis... Eu vou trabalhar, estou o dia todo fora... Estarias o dia inteiro sozinho... Em tua casa estarias acompanhado...

- Tudo bem... Eu vou para casa... - Falei derrotado sem dar luta alguma. As minhas forças eram escassas.

- Tudo bem...

- O quê? - Eu, a minha mãe e Charlotte perguntamos em uníssono.

- Podes ficar... - Sorriu. - Mas já ficas a saber que vais estar o dia todo sozinho.

- Não têm problema! - Falei muito entusiasmado, demais até.

- Penélope... É melhor não... Ele tem uma casa. - A minha mãe opôs-se.

- Não têm problema, Jay. Tenho um quarto livre mesmo... Ele pode ficar, e ao menos vocês sabem onde ele está e até têm a chave suplente para o caso de eles vos ignorar. - Gargalhou.

- Tás tramado, Tommo! - Gargalhou Charlotte.

- Mas porque queres ficar aqui, Louis? - A minha mãe perguntou séria.

- Sinto-me bem aqui... Não é que não goste de estar em nossa casa! - Apressei-me a dizer. - Mas não sei... Sinto que aqui nada de mal me pode acontecer. Sinto que estou protegido de qualquer mal... Qualquer pessoa. - Olhei para a Penélope que olhava para mim e sorria. - Sinto que sou bem-vindo. - Acrescentei e sorri à Penélope.

O sorriso dela iluminava aquela sala. Eu num minuto chorava desesperadamente por tudo o que a Eleanor me fizera... Mas no instante a seguir, já sorria por apenas ver Penélope sorrir. Não sei porquê, ela faz-me sentir bem... Faz-me sentir completo. É como se ela fosse a ultima peça do meu puzzle, aquela peça que faltou toda a minha vida... Mas que encaixou agora e faz todo o sentido fazendo-me assim, sentir completo.

- Jantam cá? - Penélope corta a nossa troca de olhares desviando o seu para a minha mãe.

- Não, mas vocês vão jantar lá! Até porque entretanto o Harry chega com as meninas e vai jantar lá também.

- Não, Jay... O Louis que vá... Eu fico! - Sorriu.

- Tu vais! Vais ficar com o meu filho em tua casa, ao menos deixa-me alimentar-te!

- Mãe, até parece que a Bell passa fome... - Charlotte interveio rindo-se.

- Não foi isso que eu quis dizer... Mas vais pagar as contas do meu filho também. É minha obrigação dar-te jantar de vez enquando...

- Tudo bem, Jay. Eu vou! - Sorriu.

O telemóvel da Penélope começou a tocar e ela olhou para o visor, olhou para a Charlotte assutada e olhou de novo para o visor. Acabou por desligar a chamada, não entendi o porque da troca de olhares com a Charlotte... A verdade é que eu não sabia nada sobre a vida de Penélope nestes últimos tempos.

- As tuas primas gostaram das coisas? - Falei do nada.

Vi-a corar instantaneamente com a minha pergunta e a Charlotte gargalhou. Demorei um bocado a atingir o porque das reacções de ambas, até que me lembrei da carta. A carta que eu enviei à Penélope junto com as coisas que enviei às suas primas.

- Não sei... Não falei com elas ainda... Amanhã a minha prima mais velha faz anos e ligo a perguntar se ela gostou. - Sorriu timidamente enquanto colocava o cabelo por trás da sua orelha. - Obrigada por todas as coisas que mandas-te. Foi lindo da tua parte.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora