24 de Fevereiro de 2013
*Penélope POV*
- Mãe!? – Chamei do meu quarto.
- Diz filha... – Respondeu quase imediatamente à porta do meu quarto.
- É hoje… - Olhei para ela, e senti as lágrimas a correr pela minha face. – É hoje mãe… - Ela correu para me abraçar, e senti que estava a chorar comigo.
- Vai correr tudo bem Penélope. Eu e o teu pai estaremos longe, mas sempre contigo. – Abraçou-me com mais força. – Agora prepara-te, desce que não tarda chega o João para almoçar e depois vamos todos levar-te… - Afastou-se e esboçou um sorriso fraco. – Eu vou começar a fazer o almoço, acaba de arrumar as tuas coisinhas e depois desce… - Eu sorri fraco e acenei afirmativamente com a cabeça. E ela saiu do quarto.
Eu sou recém-formada em enfermagem. Sempre fui boa aluna e acabei a universidade com uma óptima média. Mas o meu país está no meio de uma crise assustadora e eu vi-me obrigada a emigrar. Tenho uns tios em Inglaterra, irmãos do meu pai, e arranjaram-me um trabalho num hospital em Doncaster. Tinha umas poupanças e com essas poupanças comprei uma casinha lá, eles diziam que era pequenina e que estavam a tentar despacha-la, por isso que tinha sido um bom negócio. E depois ficava a 10 min a pé do tal hospital. Hoje embarco para Inglaterra, sozinha. Até o João cá fica. Ah, o João é o meu noivo, pediu-me em casamento quando fizemos 5 anos de namoro. Ele era engenheiro informático e mais velho, tinha 25 anos. Já estava a trabalhar e era socio de uma empresa. Como devem calcular ele não podia ir comigo. Ia completamente sozinha para Doncaster.
Acabei de arrumar tudo e desci para ajudar a minha mãe. Estava um ambiente de cortar à faca. Nenhum de nós pensou quando eu escolhi enfermagem que tivesse que emigrar, era um curso com tanta saída neste país. O meu pai não queria que eu fosse. Natural, eu era filha única.
Entretanto o João chegou e fomos almoçar, acabou por vir também a Mónica e a Cátia. As minhas melhores amigas desde sempre. A refeição deu-se num silêncio assustador. Só se ouvia o talher a bater no prato e o gato a miar. Estava um ambiente de cortar à faca, parecia um velório.
Acabamos de almoçar e estava na hora de me irem levar ao aeroporto, tinha avião ás 16h e convinha lá estar o mais tardar às 15h para fazer o check in e dar a entrada das minhas malas. O João e o meu pai carregaram tudo no carro, o meu pai tinha um carro de 7 lugares, por isso conseguimos lá ir todos.
A viagem demorou umas duas horas até chegarmos ao aeroporto, assim que chegamos dirigimo-nos ao check in, demos a entrada das malas e esperamos pela hora do avião.
- Né, quero um quartinho lá para te ir visitar! Vou ter férias e estou a pensar ir fazer-te uma visita a Doncaster, que me dizes?
- Agradeço Mónica, vai-me fazer muito bem ter alguém lá comigo… - Respondi, fingindo algum entusiasmo. – Viver lá sozinha e sem conhecer ninguém vai ser um tédio! – Desabafei.
- Amor, pára. Sabes que vais à procura de um futuro que aqui não terás… - Sorriu e abraçou-me.
- Mas tu ficas aqui… - Suspirei.
- Assim que puder, eu vou ter contigo. Prometo. – Deu-me um beijo na testa.
- O voo com destino a Londres - Inglaterra sairá dentro de 30 minutos.
- Filha, está na hora… - Disse a minha mãe com voz a tremer.
- Sim, vai… Assim que chegares liga a avisar. Já sabes que o Paul vai estar em Londres à tua espera para te levar para Doncaster. Lembraste dele não lembras?
- Sim pai. Eu lembro-me do tio Paul… - Sorri.
Despedi-me de todos e fiz um esforço gigante para não chorar. Eu sabia que não era fácil para nenhum de nós. Mas não queria tornar as coisas ainda mais difíceis para a minha mãe.
- Amor, vai com juízo, eu estou aqui à tua espera e assim que eu conseguir vou ter contigo a Doncaster. – Abraçou-me.
- Sim amor. – Abracei-o ainda com mais força. – Amo-te. – Sussurrei ao seu ouvido.
- Também te amo. – Beijou-me.
Acenei a todos e comecei a andar para o avião. Passei sem problemas no detector de metais e entrei logo no avião, sentei-me no assento ao pé da janela, meti o cinto, coloquei os fones e meti-me a ouvir “Moments” dos One Direction. Os meus amigos gozavam bastante comigo por ouvir One Direction, mas as músicas deles acalmavam-me e não ia deixar de ouvir só porque eles achavam que era infantil. O avião descolou e eu acabei por adormecer.
- Menina, já aterramos… - Abri os olhos muito devagar.
- Ah, muito obrigada… - Sorri para o senhor que me chamou e vi-o sair do avião.
Apressei-me a sair também do avião, fui buscar as minhas malas e fui procurar o tio Paul. Não foi difícil, ele tinha um papel a dizer “Penélope Campbell”.
Levamos as malas para o carro e arrancamos para Doncaster. Ele falou-me dos netinhos dele que tinham nascido e que eu tinha que conhecer. Sim, foi a viagem toda a falar dos netinhos dele. Mas até se fez bem a viagem. O tio Paul era muito simpático.
- Chegamos Penélope. – Falou assim que estacionou o carro à frente de uma casa encantadora.
- É a minha casa? – Perguntei a olhar pela janela.
- Sim… - Respondeu abrindo a porta.
- Se for tão bonita por dentro como é por fora, eu amei tio! – Sorri. – Tem a certeza que as minhas poupanças pagaram isto?
- Não vais querer sair mais daqui então. – Soltou uma gargalhada. – Eu disse que tinha sido um óptimo negócio… - Sorriu.
Tiramos as malas todas do carro e dirigimo-nos para a casa. A casa era típica inglesa. Telhados em bico com telha preta, as paredes eram em tijolo cor de vinho. Tinha um jardim adorável na parte da frente da casa e um caminho em cimento que dava até uma garagem que tinha um portão preto.
Assim que entramos apaixonei-me pela casa, não tinha muita decoração, pois os antigos donos devem ter tirado grande parte das coisas. A casa era quase toda em madeira, o que eu adoro. A cozinha era acolhedora e estava toda equipada. A casa estava perfeita para mim!
Quando acabamos de carregar as minhas malas para dentro de casa o meu tio disse-me para irmos jantar a um restaurante, já eram horas de jantar e eu não tinha nada comestível em casa.
Eu estava muito cansada, por isso não estive muito tempo com o meu tio, foi basicamente jantar e ir para casa. Fiz a cama de lavado com uns lençóis que tinha trazido, vesti o meu pijama e liguei para os meus pais a avisar que tinha chegado, liguei à Mónica e à Cátia e por fim ao João. Assim que desliguei a chamada, caí redonda no sono.
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O novo capitulo... Espero que gostem e se gostarem votem... Por favor! *
Beijinhos, Daniela*
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The Girl Next Door - l.t.
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