57. - Fuga

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*07 de Junho de 2013*

*Louis POV*

A minha vida em tão poucos dias virou por completo. Estava feliz, namorava com a Penélope, estávamos de férias num — que eu sei ser um — dos seus destinos de sonho... E, de repente... Tudo caiu por terra!

Já me culpei. Sim, culpei. Talvez ainda culpe. Não na totalidade, mas ainda culpo. Culpo-me por não a ter protegido mais dos flashes e das pessoas, culpo-me por ter gritado com ela antes de ela ter saído daquele maldito quarto de hotel, culpo-me por não a ter segurado no hotel. Mas, também sei que não tenho culpa. E ela sabia a atenção que eu tinha... Na realidade, tenho. Mas eu sei que ela agiu de cabeça quente, e apenas precisa de algum tempo para pensar. Eu não sei... Mas eu quero acreditar que sim.

Fugi de Inglaterra. Eu fugi. Quando a Eleanor apareceu na porta da casa da minha mãe, com um oficial de justiça ao seu lado... Eu percebi que não poderia ser bonito. E não era. Ela acusou-me de violação e violência doméstica.

Fiquei perdido quando vi isso, com medo de cometer uma loucura, aproveitei o facto de a minha mãe estar a dormir e as minhas irmãs a brincar no quarto e fui para o meu. Amassei a carta, joguei-a para a cama e arranjei uma mala com apenas meia dúzia de roupas... Eu precisava de ir para longe, muito longe. Parei na minha casa de Londres para apanhar mais algumas roupas e dirigi-me para o aeroporto ainda sem destino.

"Chamada para o Voo com destino a Portugal."

Neste momento, decidi que ia para Portugal. Não tinha sentido eu ir para Portugal. Mas, sabia que era o último sitio onde me iriam procurar. Consegui arranjar um bilhete para a primeira classe, e pouco mais de 1h depois estava a sair do aeroporto.

Quando cheguei a Portugal, fui para a casa de banho onde coloquei uma camisola de capuz colocando o mesmo na cabeça e os meus óculos de sol. Andei sempre com a cabeça baixa e caminhei apressadamente até ao exterior do aeroporto, depois de levantar as minhas malas.

Quando entrei no táxi outra questão se colocou. Para onde eu iria? Até que me lembrei de uma pessoa. Cátia.

Rezei por ter o número dela no meu telemóvel e quando o encontrei liguei para ela e, nesse meio tempo, pedi ao taxista para dirigir em direcção a Aveiro. Quando ela atendeu e lhe expliquei o que aconteceu, ela prontificou-se a ajudar-me. Disse que estava em casa dos pais da Penélope e que eles tinham dito que eu poderia ir para lá.

E assim foi, quase 5 dias depois contínuo em casa dos pais da Penélope. E, fiquei no quarto da Penélope. Quanto mais quero fugir mais próximo fico dela.

Passei a semana a conversar com a Cátia, que era praticamente a minha tradutora para com a mãe da Penélope, ela contou-me que quem revelou o boato da traição foram as colegas de quarto dela e que tinham feito queixa dela ao senhorio e por isso, ela tinha sido posta na rua. As únicas pessoas que lhe abriram a porta foram os pais da Penélope e que estava lá desde então. Quando a questionei do porque de ela não contar nada ela apenas encolheu os ombros e respondeu "Não queria arranjar problemas.".

Nas horas em que ficava sozinho, explorava o quarto da Penélope. Vi fotos dela em pequena, vi algumas lembranças de aniversários, algumas fotos espalhadas pelo quarto e conheci os muitos peluches que ela tinha em cima da sua cama. O quarto era cor-de-rosa, a madeira da mobília era castanha clara e, algumas das paredes tinham alguns posters. O meu sorriso cresceu quando vi um do início dos One Direction, do videoclipe "What Makes You Beautiful", ri quando vi o poster e me lembrei que ela não me reconheceu quando nos cruzamos. Acabei por rir com algumas memórias.

- Louis? Posso? — Alguém falou após duas batidas na porta do "meu" quarto.

Tinha acabado de acordar, o relógio ao lado da cama marcava as 10h, esfreguei os olhos e levantei-me colocando umas calças de fato de treino e uma t'shirt.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora