58. - Skype

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*07 de Junho de 2013*

*Louis POV*

- Mas porquê? O que aconteceu? Porque não me disseste nada? Vais ficar em casa dos meus pais?

- Na realidade... - Apareci atrás da Cátia e a Penélope tapou a boca com a sua mão e de imediato uma lágrima correu pelo seu rosto. — Ela vai viver para Doncaster.

Os momentos seguintes foram... Cómicos. A Cátia virou-se para mim de forma dramática, o queixo da Penélope caiu em cima do teclado e eu, limitava-me a olhar para as duas a tentar controlar o meu riso.

- Como assim eu vou para Doncaster!? — A mão dela parava na sua barriga e os olhos estavam esbugalhados. - Louis, pela tua saúde, explica-me!

- Então, conversei com a minha mãe sobre um lar de uma amiga dela... Sabia que estavam a pedir pessoal. Como falamos sobre o teu curso e tudo mais, achei que o lar de idosos seria um bom trabalho para ti, onde poderias aplicar as coisas que aprendeste. Falaste que a tua melhor tinha sido em Gerontologia. — Sorri.

- Mas eu não tenho onde ficar nem nada do género... Não é um bom plano... Agradeço, de coração, mas não acho que seja uma boa ideia. — Sorriu e baixou os olhos.

- Pensei nisso também. — Sorri. Ela olhou-me com uma sobrancelha franzida. — Não, não comprei nenhuma casa. — Gargalhei e ela riu ao mesmo tempo que soltava a respiração.

- Por momentos pensei que tinhas comprado. — Gargalhou e eu acompanhei. — És meio louco. — Acrescentou.

- Não. O lar tem um serviço de funcionários internos, onde os funcionários internos têm um quarto, a alimentação é paga por ti pela metade e recebes o ordenado normal. A minha mãe propôs um desses lugares para ti. Assim, podes ficar lá até endireitares a tua vida, arranjares dinheiro para uma casa ou assim. Ela achou que não querias incomodar as tuas amigas tendo que ficar em casa delas. — Sorri.

- Isso é o ideal para mim... - Sorriu e os olhos também sorriram. Um brilho momentâneo surgiu, mas desapareceu milésimas de segundos antes de falar. — Mas eu estou grávida... - Ela olhou triste para a sua barriga. — Não me vão querer lá quando virem que estou grávida.

- Não, a senhora sabe que estás gravida. E não há problema, ela diz que os idosos adoram grávidas e crianças. Acho que te vais dar bem lá! — Sorri.

- Muito obrigada, Louis! — Ela saltou da cadeira e agarrou-se ao meu pescoço. As minhas mãos pararam nas suas costas e correspondi ao seu abraço. — Não sei como te agradecer.

- De nada, não tens que agradecer. Espero que tudo te corra bem lá. — Sorri e olhei para o ecrã do computador onde estava Penélope sem cor alguma a olhar para nós. — Apenas te quis ajudar como tu me ajudaste. — Quebrei o abraço.

Cátia deu meia dúzia de pulos, entusiasmada, e sentou-se de novo na cadeira. Olhou para mim e sorriu largamente antes de olhar para o ecrã. Nesse momento, a chamada caiu. Ela olhou para mim confusa e tentou iniciar uma chamada de novo, mas foi recusada. Nas três vezes seguintes até a Penélope ficar offline.

- Merda. — Ela murmurou enquanto procurava o seu telemóvel pela secretária. — Merda, merda, merda.

- Eu achei que ela fosse ficar feliz. Ela queria ajudar-te... - Eu olhava confuso para o ecrã.

Pensei que ela fosse dar pulos de felicidade por ver a amiga encaminhada e perto dela, ela ia poder estar perto da afilhada... Ela várias vezes comentou que era triste viver tão longe do afilhado. Não entendo porque ela reagiu assim. Ela devia ter ficado feliz.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora