34. - O desabafo.

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Antes de mais quero deixar uma recomendação de uma música. Bem, a música é Zedd — Clarity ft Foxes. Escrevi o capitulo sempre com esta música...

Espero que gostem! *

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Conhecendo a Mónica como eu conheço, aquela maneira de iniciar o seu discurso indicava uma conversa séria. E eu não estou com cabeça para conversas sérias.

- O que se passa entre ti e o Louis? — Perguntou agarrando numa peça de roupa e colocando-a à sua frente enquanto se olhava a um espelho de corpo inteiro no canto do quarto.

- Como assim? — Perguntei, não entendo a onde ela queria chegar.

- Porque estás tão estranha e distante dele? — Perguntou fixando o seu olhar no meu.

- Eu não estou distante dele... Apenas vou trabalhar e chego a casa cansada. — Falei como se fosse muito óbvio.

- Não me venhas com desculpas! — Reclamou. O pior no meio disto tudo é que ela me conhece e sabe perfeitamente quando estou a fugir ao assunto e inventar desculpas. — Só quero perceber o que é que aconteceu com a Eleanor que te afastou dele.

- Não aconteceu nada com a Eleanor! — Falei não tão convincente como esperava. Ela abriu ainda mais os seus olhos fazendo-me suspirar. — A sério que não aconteceu nada!

- Então esse corte no canto do lábio foi quando beijaste o Louis? E esse olho meio roxo? Meu Deus, Penélope! Andas cheia de aventuras!

- Mónica! — Reclamei.

- O que é que se passa? — Perguntou já um pouco irritada.

- Ele ainda gosta dela... - Falei tão baixo que duvidei que ela tivesse ouvido.

- Assim como tu gostas do João. — Ripostou.

- Não!

- Sim, Penélope. Podes não sentir o que sentias, mas obviamente ainda ai está algo. Uma relação de mais de 5 anos não desaparece só porque queremos! E com o Louis é a mesma coisa, ele olha para ela e vê mais de dois anos de vida em comum. — Sorriu mais calma. — O sentimento pode não ser mais o mesmo, mas por mais que tentemos ele não desaparece! Ele ou fica mais fraco ou muda para uma raiva ou desilusão. E talvez seja isso que o Louis sente por ela quando a vê ou quando pensa nela, raiva e desilusão.

Eu fiquei a pensar nas palavras da minha melhor amiga, ela tinha razão e eu sabia que ela tinha razão. E talvez este meu argumento fosse uma desculpa para me deixar a esconder o que eu sinto mais tempo. O que eu sinto? Será que eu sinto? "Sim, tu sentes!".

- Agora vou-te colocar a perguntar de outra forma. — Olhei-a atenta. — O que é que tu sentes pelo Louis?

- Nada... Amizade... - Respondi deixando a confiança na minha resposta dissipar mesmo antes de iniciar a minha frase.

- E eu sou a Rainha de Inglaterra! — Gozou.

- Talvez eu... - Parei antes de terminar a frase.

- Penélope, fala comigo! Ou sou a tua melhor amiga... Podes confiar em mim! — Largou as peças de roupa na cadeira perto do espelho e sentou-se ao meu lado na cama. — Tu precisas de falar o que tens ai dentro.

- Mas eu não posso.

- Porquê? — Perguntou confusa.

- Porque eu não quero! Eu não quero sentir isto que eu sinto, eu não quero estar próxima dele, eu não quero saber que ele precisa de mim e eu não quero precisar dele. — Falei depois de me levantar e começar a andar nervosa pelo quarto. — Eu não quero sentir a falta dele quando estou a trabalhar, não quero desejar que ele me vá buscar ao hospital, não quero pensar em tê-lo a dormir na minha cama de novo. Não quero pensar em beija-lo a toda a hora. Não quero que ele vá para Londres, aliás, não quero que ele vá para lado nenhum. Quero que ele esteja aqui! — Parei e olhei-a com as lágrimas nos olhos. — Eu não quero nada disto! Eu não quero, Mónica! Nego isto todos os dias quando olho para ele.

The Girl Next Door - l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora