Capítulo 11

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Esperamos por um tempo na recepção até que Pedro veio ao nosso encontro.

Pedro – Bom dia, tudo bem?

Ricardo – Na medida do possível sim.

Eu – Oi Pedro, estamos bem.

Pedro – Sejam confiantes, isso é muito importante para o sucesso do tratamento. Vou te acompanhar para fazer o internamento. Infelizmente Luca, você vai ter que esperar aqui. Assim que ele estiver instalado eu te chamo.

Eu – Tudo bem.

Me virei para o Ricardo e fitei aqueles lindo olhos verdes.

Eu – Vai dar tudo certo, meu amor. Vou estar aqui sempre do seu lado.

Acariciei seu rosto e dei um beijo na sua testa.
Pedro passou o braço pelo ombro do Ricardo e o acompanhou para o interior do hospital. Meu coração estava cada vez mais angustiado. Ver o Ricardo com aquele olhar de medo e não poder fazer nada era horrível. Fui invadido pelo sentimento de impotência que mais uma vez me fez chorar. Ali eu podia expor minha fragilidade perante a situação, pois enquanto estava com o Ricardo, procurei me manter forte. Ele precisaria de toda força possível para enfrentar essa doença.

Depois de algumas horas o Pedro veio falar comigo.

Pedro – O Ricardo já está no quarto. Ele fez a primeira sessão de quimioterapia.

Eu – Como ele está?

Pedro – Ele está bem agora, mas logo virão os efeitos colaterais.

Eu – Que efeitos?

Pedro – Os mais comuns são dores no corpo, diarreia, náuseas e vomito, entre outros. Mais para frente do tratamento ele vai começar a perder o cabelo.

Fiquei um pouco assustado, mas estava disposto a enfrentar tudo aquilo ao lado dele.

Pedro – Preciso que seja forte, pois o tratamento deixa o paciente bem debilitado. Procure não se assustar.

Eu – Tudo bem. Não estou pensando em mim, só penso nele.

Pedro – Como já disse, vai dar tudo certo. Vem, vou te levar para o quarto dele.

Pedro me levou até o quarto em que o Ricardo estava internado, o caminho foi feito em silêncio. Eu estava me preparando psicologicamente para cena que iria ver. Ao abrir porta do quarto, o vi deitado. Me aproximei silenciosamente para não acordá-lo. Ele estava tão sereno dormindo, nem parecia que estava passando por aquela situação. Toquei de leve seu rosto sentindo o calor de sua pele. Ele abriu os olhos e sorriu ao me ver.

Eu – Oi meu amor, como você está?

Ricardo – Cansado, bem cansado.

Eu – Então descansa. Vou ficar aqui do seu lado.

Ele assentiu com a cabeça e fechou novamente os olhos. Fiquei por alguns minuto em pé ao seu lado velando seu sono. Ele segurava minha mão e mesmo dormindo não soltou. Puxei a poltrona para perto e sentei. Minutos depois ele acordou pedindo água. Levantei para buscar e lhe entreguei o copo. Ele me olhou com uma cara estranha, em questão de segundo seu rosto ficou pálido.

Eu – Está sentindo alguma coisa?

Ricardo – Enjoo.

Quando terminou de dizer aquela palavra ele vomitou em cima de mim. Ele ficou assustado e começou a ficar agitado.

Eu – Calma! Põe pra fora.

Ele continuou a vomitar. Chamei a enfermeira para me ajudar. Depois que ele se acalmou, o ajudei a se lavar e a trocar de roupa. Novamente ele pegou no sono. Saí do quarto e fui atrás do Pedro, precisa dele com urgência. Entrei em sua sala ofegante com os olhos marejados, não pensei em mais nada só corri e o abracei. A cena do Ricardo me impressionou além do que imaginava, pensei que estava preparado, mas não estava. Ver seu sofrimento era torturante para mim.

De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora