Capítulo 13

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Gustavo – Não acredito que meu único filho virou isso.

Ricardo – Único filho que você fez questão de desprezar. Em toda a minha vida você nunca se importou comigo.

Gustavo – Eu sempre dei tudo pra você, nunca deixei te faltar nada.

Ricardo – Realmente você sempre me deu tudo menos amor. Tudo o que eu mais queria era receber um abraço seu, uma palavra de carinho.

Gustavo ficou em silêncio com tudo aquilo que o Ricardo havia dito. Sentia que a cada palavra dita por ele era como se fosse um peso a menos em suas costas, ele precisava colocar para fora toda aquela angústia do seu coração. Eu só o abraçava como forma de dar mais força a ele.

Ricardo – Você sempre foi ausente, nunca esteve por perto quando eu precisei. Fui criado pelos empregados, eram eles que cuidavam de mim quando estava doente, eram eles que estavam nos meus aniversários, eram eles que me davam o amor que era pra você ter dado.

O Ricardo estava ofegante e tremia com toda aquela situação. Comecei a ficar preocupado, pois ele não podia se estressar daquele jeito. Virei para ele e segurei seu rosto.

Eu – Se acalma, por favor. Você precisa se deitar.

Ele olhou em meus olhos e sorriu.

Ricardo – Tudo bem meu amor, vou deitar.

Ele virou para o seu pai com um olhar de ódio.

Ricardo – Eu quero que você saia desse quarto e nunca mais apareça na minha vida. Vivi muito bem até hoje sem você. E tem outro recado. Se você voltar a encostar o dedo no Luca, juro por tudo que é mais sagrado neste mundo que eu mato você.

Gustavo não disse mais nada, simplesmente saiu do quarto. O Ricardo relaxou o corpo e deitou na cama. Eu juntei o cobertor do chão e o acomodei. Ele segurou minha mão fazendo deitar ao seu lado. Com a cabeça em seu peito sentia que ele chorava. Não fiz mais nada, não disse mais nada, o momento só pedia o silêncio. Eu o deixei chorar. Passaram-se alguns minutos até que ele se acalmasse e pegasse no sono. Assim que vi que ele dormia profundamente saí do quarto. Fui procurar a pessoa que era meu porto seguro depois do Ricardo.

Entrei na sala do Pedro enquanto ele olhava alguns papéis.

Pedro – Oi Luca, tudo bem? Estou revendo alguns prontuários.

Luca – Não queria atrapalhar.

Pedro – Desde quando você atrapalha!? O Ricardo dormiu?

Luca – Sim. Preciso conversar um pouco.

O Pedro guardou os papéis em uma pasta e voltou a atenção para mim.

Pedro – Sou todo orelhas.

Ri com a brincadeira dele. Sentei e contei todo o ocorrido com o pai do Ricardo. O Pedro ficou perplexo com tudo, principalmente pelo soco que eu levei.

Pedro – Por que você não me chamou? Você sabe que o Ricardo não pode se exaltar.

Eu – Aconteceu tudo muito rápido, até agora não caiu a ficha.

Pedro – Coitado do Ricardo, ter que passar por isso justo agora.

Eu – Ele está bem agora, colocou tudo que estava sentindo em relação ao pai pra fora.

Pedro – Vou falar para os seguranças não permitirem a entrada desse senhor no hospital.

Eu – Eu agradeço se puder fazer isso, mas acho que depois de tudo ele não vai aparecer mais aqui.

Eu – Espero que sim. O Ricardo tem problemas mais importantes para se preocupar neste momento.

Despedi-me do Pedro e voltei para o quarto. Acomodei-me na poltrona e fiquei velando o sono do Ricardo até adormecer também. No dia seguinte, acordei e vi o ele me olhando.

De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora