Capítulo 22

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Fiquei triste pela notícia, pois o Gustavo tinha se mostrado uma boa pessoa. Nos últimos tempos ficamos próximos e pude conhecê-lo um pouco mais. Também por que ali vi que aquela briga infelizmente não chegaria ao fim.

Eu – Eu sinto muito por isso, não sabia que o Ricardo era tão cabeça dura.

Gustavo - Bom! Quero dizer que foi um prazer te conhecer. Fico mais tranquilo em saber que o Ricardo tem alguém com um bom coração ao lado.

Olhei meio sem graça, pois ele não sabia que Ricardo e eu estávamos separados.

Eu – É...Ricardo e eu estamos separados.

Gustavo – Não me diga que ele não voltou para casa depois daquele dia?

Eu - Na verdade eu não quis que ele voltasse. Ele me procurou alguns dias atrás para se desculpar, mas acabamos brigando de novo.

Gustavo – Não briguem por minha causa, por favor. Não quero ser o motivo da separação de vocês. Na verdade vim aqui para fazer um pedido a você.

Eu – O que?

Gustavo – Cuida do meu filho pra mim? Faça isso por mim, por favor?

Eu – Vou cuidar sim.

Nos abraçamos e ele foi embora.

NARRAÇÃO DO RICARDO

Como ele me tirava do sério, me deixava possesso de raiva. Quando o Luca me deixou sozinho naquele restaurante tive vontade de ir atrás e esganá-lo, mas não podia, pois o amava demais para fazer isso. Voltei para o trabalho soltando fogo pelas ventas, todos no escritório até estranharam meu comportamento. Eu estava tão irritado que pedi para desmarcar todos os meus compromissos e fui para casa mais cedo. A única coisa que eu queria era dormir, tentar esquecer aquele dia infernal. Ao deitar na cama é que caiu à ficha, existia a possibilidade do Luca me deixar mesmo. Aquele pensamento trouxe uma sensação terrível, o medo invadiu meu coração me fazendo cair no choro. Depois de algum tempo peguei no sono, mas fazia algum tempo que meu sono não era tranquilo. A semana passou e a cada dia minha raiva e saudades do Luca aumentavam nas mesmas proporções, ele me fazia uma falta enorme, mas eu era teimoso demais para dar o braço a torcer. O Pedro sempre ao meu lado dando apoio e muitas vezes lição de moral, quando ele vinha com esses papos eu entrava em modo off-line.

Em uma quinta-feira eu acordei muito angustiado, não sabia explicar, era uma sensação de que estava perdendo algo. Aquilo estava tão pesado dentro de mim que acabei tendo febre pela manhã. O Pedro achou estranho aquela febre repentina e me deu um antitérmico, mas sem antes dar uma de suas alfinetadas.

Pedro – Já sei o que está causando essa febre.

Eu – O que?

Pedro – Remorso!

Eu me limitei a fazer uma cara bem feia para ele entender que não havia gostado do comentário desagradável. Ele ainda não satisfeito deu o golpe de misericórdia.

Pedro – Bem que o Luca disse que você faz cara feia igual criança.

Ele deu um sorrisinho sarcástico e foi para o hospital. Liguei para o trabalho e avisei que não iria o resto da semana. Deitei novamente no quarto e fiquei olhando para o teto. Aquelas palavras do Pedro apesar de irônicas tinham um fundo de verdade. Aquela sensação que estava sentindo era culpa, culpa por fazer o Luca sofrer, por não dar uma chance ao meu pai, por ser tão idiota. Eles estavam certos, aquele sentimento que eu guardava em relação ao meu pai não tinha razão. Naquele momento tive uma epifania, uma súbita compreensão da verdade. Se eu não tomasse uma atitude perderia tudo que era mais precioso para mim, o amor do Luca, uma possível reconciliação com meu pai e com certeza a amizade do Pedro.

De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora