De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)

Capítulo 30

Voltei ao quarto onde o Ricardo dormia profundamente, peguei um moletom e voltei para fazer o café. Quando cheguei na sala vi só o Pedro.

Eu – Cadê o Paulo?

Pedro – Ele foi embora, disse que tinha uma reunião logo cedo.

Eu – Reunião? Sei! Ele ficou foi com vergonha com o flagra que eu dei em vocês. Me conta o que aconteceu?

Sentei no sofá para ouvir toda a história.

Pedro – Ontem durante o churrasco conversamos bastante, descobrimos vários gostos em comum. Para mim ele era só um possível amigo, pois pensava que ele era hétero. Claro que eu achei ele lindo, além de inteligente e super engraçado.

Eu – Realmente ele é um partidão

Pedro – Pois é! Nossa conversa flui muito bem. Eu me senti atraído por ele sim, mas eu tinha plena consciência que seria somente amizade entre nós. Quando fui dormir, tomei um banho e capotei na cama. Acho que era por volta das 4:30h da manhã quando senti alguém me abraçando por trás. Quando eu virei ele me beijou. Não falamos nada, só nos entregamos ao desejo.

Eu – E como foi?

Pedro – O cara manja do negócio, fez coisas que pensei que fossem impossíveis.

Caímos na gargalhada.

Eu – E como foi quando vocês acordaram?

Pedro - Eu acordei deitado no seu peito, ele fazia carinho na minha cabeça. Olhei para ele e recebi um sorriso lindo. Quando eu fui falar ele me interrompeu dizendo para não falar nada, me deu selinho e levantou.

Eu – Como você está?

Pedro – Não sei dizer muito bem, foi tudo tão rápido que ainda não consegui processar tudo. O que posso dizer é que foi muito, muito bom mesmo. Ele fez um negócio com a perna que eu fiquei impressionado.

Eu ria demais com as coisas que o Pedro falava.

Pedro – Ele me deixou bem dolorido e um pouco ardido.

Eu – Pensei que você fosse ativo, Pedro.

Pedro – Eu também, pelo menos até ontem. Quando vi já estava com o cara em cima de mim.

Não tive como conter as gargalhadas que acabaram acordando o Ricardo. Ele apareceu na sala só de cueca e coçando o olho.

Ricardo – O que as gralhas tanto dão risadas?

Eu – Nada! Depois te conto.

Ricardo – Cadê o Paulo?

Pedro – Ele tinha uma reunião logo cedo.

Pedro e eu nos olhamos e voltamos a rir, o Ricardo viu e deu com os ombros. Fiz o café e cada um foi para o seu trabalho. Durante o caminho contei ao Ricardo que ficou surpreso. Ele até achou que seria uma boa ideia, pois conhecia o Paulo de longa data e tinha certeza que era uma boa pessoa.

Logo o final de semana chegou. Acordamos bem cedo para poder aproveitar o dia todo com o Bê e as crianças do abrigo. O Pedro e o Gustavo iriam nos encontrar no local. Tomamos o café rápido e saímos de casa, mas antes passamos no mercado para comprar algumas besteiras para as crianças. Quando chegamos ao abrigo, Pedro e o Gustavo já nos esperavam.

Gustavo – Bom dia, filho! Bom dia, Luca!

Ricardo – Bom dia, pai!

Eu – Bom dia, Gustavo! Está ansioso para conhecer seu neto?

Gustavo – Se não fosse o Pedro me segurar, eu já teria entrado.

Pedro – Ele está que não se aguenta.

Ricardo – Então vamos acabar logo com esse nervosismo, também estou louco pra ver meu filhão.

Eu olhei para o Ricardo ao ouvir ele chamar o Bê de “filhão” com surpresa, foi lindo de ver ele todo babão. Me estiquei e dei um beijo em sua bochecha e sussurrei em seu ouvido “eu te amo”, ele sorriu e para retribuir meu carinho passou o braço pelo meu ombro e beijou minha cabeça. A cada gesto eu me apaixonava mais por ele. As vezes ficava pensando como seria se ele não tivesse sobrevivido ao câncer, com certeza minha vida teria ido com ele. Não existiria mais motivo para viver sem ele ao meu lado.

Conversamos mais um tempo até dar a hora de entrarmos. Quando deu 9:00h tocamos o interfone e a Letícia nos atendeu, ela liberou nossa entrada e em seguida foi nos receber.

Letícia – Que bom ver vocês de novo. O Bê não para de falar em vocês.

Ricardo – É bom ouvir isso. Esse aqui é meu pai, Letícia.

Os dois se cumprimentaram e em seguida fomos levados para dentro. No percurso a Letícia foi nos informando como o Bê havia passado os dias. Ao chegarmos no pátio foi aquele alvoroço, as crianças vieram até nós com os braços abertos. Abraçamos todas para ninguém se sentir excluído. O Gustavo estava encantado com aquela demonstração de amor gratuita. Apesar de todo aquele carinho senti falta do abraço que eu mais queria, o Bê não estava no meio das crianças. Busquei com os olhos até que vi uma das moças do abrigo entrar no pátio com ele no colo, ele estava com a cabeça apoiada no pescoço da moça e dormia tranquilamente.

Moça – Ele estava brincando com as crianças, mas se cansou e caiu no sono.

Eu – Posso segurá-lo?

Moça – Claro!

Ela me passou e ele se aconchegou em meus braços. Ali me senti mais pai do que nunca, em meus braços estava aquele que eu iria amar e proteger eternamente. Virei e vi que o Ricardo me observava, ele se aproximou com o sorriso largo no rosto. A moça já havia saído de perto quando o Ricardo chegou.

Ricardo – Você não tem noção da cena linda que é ver você segurando nosso filho. Se eu pudesse te beijaria aqui mesmo.

Eu – Eu também. Viu como ele é lindo dormindo?

Ricardo – Lindo mesmo.

Ficamos em silêncio quando ele se mexeu no meu colo até dormir novamente.

Ricardo – O que acha de contarmos para a Letícia tudo?

Eu – Eu acho uma ótima ideia, vamos aproveitar que ele está dormindo.

Fiquei mais um tempo com ele no colo aproveitando o momento. Entreguei ele para o Pedro e fomos em direção a Letícia que conversava com o Gustavo mais afastados.

Eu – Letícia, podemos conversar um pouco?

Letícia – Claro! Vamos para minha sala.

Fomos os quatro para sala, o Ricardo chamou o Gustavo para participar da conversa. Chegamos a sala ela pediu para sentarmos.

Ricardo – Temos que conversar sobre um assunto delicado. Primeiramente que dizer que o Luca e eu somos casados.

Quando ele disse isso pensei que seriamos expulsos, mas ela não demonstrou reação alguma.

Ricardo – A segunda coisa é que nós entramos com o pedido de adoção do Bê

-------------------------------------------------------------

Demorei de novo, né? Desculpem!

Aqui mais um capítulo, estamos chegando nos finais 😢