Capítulo 18

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Olhei para aquele senhor que dias atrás me agrediu, agora estava me pedindo ajuda para reconquistar o filho. Com essa atitude do Gustavo, as chances de recuperação do Ricardo aumentavam com a possibilidade da compatibilidade. Passei o restante da tarde falando de como estava sendo nossos últimos dias. A cada frase que dizia, seu semblante se tornava cada vez mais triste e sofrido.

Eu – Esses últimos dias têm sido os piores, ele está cada vez mais fraco. Tento ser o mais forte possível e passar segurança para ele, mas acontece que eu já estou esgotado com tudo. Sofro toda vez que ele tem alguma reação.

Já não tinha mais controle sobre minhas emoções. As lágrimas desciam sem ao menos eu perceber. Minha vida já não era a mesma sem o Ricardo ao meu lado, com ele doente eu também me sentia doente.

Em meio aquele momento emotivo, fomos interrompidos pelo Pedro.

Pedro – Espero que esteja aqui para fazer o que estou pensando.

Fiquei surpreso pelo comportamento do Pedro, nem sabia que ele conhecia o pai do Ricardo.

Gustavo – Não se preocupe! Não vou deixar meu filho assim.

Pedro – Assim espero.

Eu estava completamente no “vácuo” no meio daquela conversa. O Pedro estava possesso de raiva, coisa que era raro de acontecer.

Eu – Posso saber o que está acontecendo aqui?

Pedro – Depois te conto. Vim aqui pra falar que o Ricardo acordou e está te chamando.

Eu – Droga! Ele acordou e eu não estava lá. Ele está bem?

Pedro – Está sim. Acordou um pouco enjoado, mas fora isso está bem.

Eu – Menos mal. Estou indo lá.

Gustavo – Será que eu posso vê-lo?

Pedro – Não acho uma boa ideia. O Ricardo está muito frágil fisicamente e emocionalmente, ele não deve se estressar.

Eu – Também acho que não é a hora certa. Depois do último encontro de você ele ficou muito abalado. Vamos fazer o seguinte. Vou primeiro preparar o terreno com o Ricardo, depois vocês se reencontram.

Gustavo – Tudo bem, se assim for melhor para o meu filho. Agora quero saber quando posso fazer o transplante.

Pedro – Vamos fazer alguns exames primeiro e torcer que seja compatível, se der tudo certo logo marcaremos o transplante.

Eu – Bom! Enquanto isso eu vou ver o Ricardo.

Saí sem nem me despedir do Gustavo, estava tão cheio de alegria com a possibilidade do fim daquele martírio, que não conseguia parar de sorrir. Cheguei ao quarto e encontrei-o deitado com os olhos fechado. Aproximei-me do seu rosto e dei um selinho.

Ricardo – Como é bom acordar assim. Onde você estava?

Eu – Fui dar uma volta enquanto você dormia.

Ricardo – Posso saber o motivo desse sorriso?

Não conseguia disfarçar, mas tive que me controlar.

Eu – Claro que pode. O motivo desse sorriso atende pelo nome de Ricardo.

Ele me puxou para deitar em seu peito e assim ficamos. Ele já não tinha o mesmo vigor de antes, seus músculos estava menores devido a perda de peso, mas ainda tinha o mesmo abraço forte que sempre me transmitia segurança.

Ricardo – Amor! Quero falar uma coisa com você.

Eu – Fale!

Ricardo – Se eu morrer...

De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora