Olhei com desconfiança e sentei na cama. Ele viu minha reação e sentou ao meu lado.Ricardo – Que cara é essa?
Eu – Nada!
Ricardo – Já faz algum tempo que você faz essa cara quando toco nesse assunto. Me fala o que você está sentindo?
Eu – Não me sinto a vontade com essa ideia de uma barriga solidária. De início até aceitei, mas depois que sondamos algumas pessoas, isso me trouxe muita insegurança. Já disse que não queria ter que dividir isso com uma estranha, tenho medo dos problemas que possam surgir com isso. Me perdoa por não falar isso antes, mas é que você estava tão empolgado que não queria estragar sua alegria.
Ele levantou e puxou para um abraço.
Ricardo – Eu já havia sentido esse seu desconforto, mas estava esperando você falar comigo. Deixa eu te falar uma coisa. Esse filho não vai ser só meu, vai ser o nosso filho. Se você não está seguro com a opção vamos tentar outra coisa, isso não é o problema. O que não pode acontecer é um de nós não estar de acordo e esconder para não entristecer o outro. Isso tem que trazer alegria para nós como casal. Eu que te peço desculpa se de alguma forma te pressionei.
Aquele abraço e aquelas palavras tiraram toda angústia que estava em meu coração. Ficamos abraçados por mais alguns minuto apenas curtindo a presença um do outro. A segurança que encontrei nos braços do Ricardo não havia encontrado em outro lugar.
Demos o assunto encerrado por ali. Decidimos que iríamos com mais calma, não deixaríamos que a ansiedade atrapalhasse todo o processo. Seguimos nossas vidas com tranquilidade aproveitando cada momento. Após a doença passamos a dar mais valor a tudo, principalmente como casal. Ainda tínhamos nossas brigas, mas não deixávamos que aquilo se tornasse maior do que era.
Passaram-se duas semanas desde que tivemos aquela conversa. Eu estava no escritório quando recebi uma ligação do Pedro.Eu – Oi!
Pedro – Você quer almoçar comigo hoje?
Ele estava estranho, sua voz estava trêmula.
Eu – Aconteceu alguma coisa?
Pedro – Estou bem! Só quero um pouco de atenção.
Eu – Claro! Hoje não vou ter nada de importante no período da tarde. O que acha de passarmos o resto do dia juntos?
Pedro – Está combinado. Na hora do almoço eu passo ai para te pegar.
Nos últimos dias eu havia trabalho além do horário, então podia me dar o luxo de sair mais cedo. Na hora marcado o Pedro apareceu no escritório e saímos para almoçar. Ele estava bem abatido e com cara de quem havia chorado por horas. Ao ver seu estado dei a ideia de irmos para sua casa e pedirmos algo para comer,ele aceitou sem resistência. Durante o caminho ele ficou em silêncio o que era extremamente fora do comum, pois o difícil era fazê-lo calar a boca. Fiquei muito preocupado com o seu jeito. Quando entramos na sua casa ele se virou para mim e desabou em choro. Seu abraço era forte que até dificultou a respiração, pois ele era mais alto e mais forte que eu.
Eu – Meu amigo! Não sei o que te angustia, mas pode chorar, coloca tudo para fora.
Desde que nos conhecemos essa era primeira vez que via o Pedro tão vulnerável, ele sempre foi uma pessoa forte e raramente se deixava abalar. Sua profissão exigia que ele tivesse esse controle sobre seus sentimentos, mas a pessoa que estava em meus braços aquele momento havia deixado de lado todo aquele controle e colocou para fora todo aquele sentimento reprimido. Eu não tinha reação para aquilo, fiz o que pensei ser o mais adequado aquele momento. Levei-o até o quarto, tirei seus sapatos e o deitei na cama. Ele ainda chorava, mas agora de forma mais contida. Deitei ao seu lado e o puxei para um abraço.
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De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)
RomanceLuca e Ricardo a cada dia se amam mais, mas será que esse amor aguentaria os problemas que estavam por vir? Obs : Essa obra não me pertence, estou apenas reportando, tenho o total consentimento do autor, todos os créditos vão para o Luca. #112 - em...