Capítulo 19

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Seus olhos brilhavam como nunca antes. Com certeza foi um dos momentos mais felizes das nossas vidas até aquele momento. Finalmente aquele tormento iria terminar.

Ricardo – Amor! Encontraram um doador para mim.

A emoção tomou conta daquele quarto. Nos abraçamos e choramos, choramos de alegria, de alivio, colocamos para fora tudo aquilo que estávamos sentindo a meses através daquele choro.

Ricardo – Não acredito que isso está acontecendo. É o melhor presente que poderia receber. Quero conhecer o doador.

Pedro e eu nos olhamos em cumplicidade, pois sabíamos quem era o doador. Meu maior temor era que o Ricardo rejeitasse o transplante ao saber quem era o doador.

Pedro – Conseguimos em um hemocentro de outra cidade.

Ricardo – Não importa de onde seja, quero agradecer pessoalmente a pessoa que pode salvar minha vida.

Eu – Não importa quem é o doador, amor. O que importa é que você vai ser curado e vamos poder continuar nossas vidas.

Segurei seu rosto em minhas mãos e olhei bem fundo daqueles lindos olhos verdes.

Eu – Eu disse que você ia ser curado. Você nunca vai se vê livre de mim.

Ricardo – Nunca quero me vê livre de você. Te amo mais que tudo nessa vida, sem você comigo não estaria mais aqui.

Naquele clima de “amor está no ar”, fomos interrompidos pelo Pedro.

Pedro – Vamos parar com isso, pois não vim aqui para segurar vela. Luca! Vamos buscar algo para comermos.

Ele nem deixou responder e me arrastou para fora da sala. No caminho até a lanchonete podemos conversar melhor.

Eu – Estou tão feliz com essa notícia, agora tudo vai se resolver.

Pedro – Também fiquei muito feliz, mas temos que ter cuidado para o Ricardo não ficar sabendo que o pai é o doador.

Eu – Nem me fale nisso, todo cuidado é pouco agora. O pior é que ele está bem relutante em conversar com o pai.

Pedro – Eu sei! Para evitar algum problema vamos sustentar a desculpa de que o doador é de fora.

Eu – Sim! Me diz uma coisa, Pedro?

Pedro – Fala!

Eu – Por um acaso você sabe como o Gustavo ficou sabendo do estado do Ricardo?

Ele parou no corredor e virou-se para mim que estava um pouco mais atrás.

Pedro – Não fiquei chateado comigo, mas eu fui até o escritório dele e contei tudo.

Olhei aquela pessoa a minha frente e agradeci por sua vida, por sua amizade e carinho. Ele era a definição viva da palavra “amigo”. Corri e o abracei, era a única forma que achei para agradecer.

Eu – Como eu poderia me chatear com você?! Só tenho uma coisa pra te dizer, você é o melhor amigo que existe e eu te amo demais.

Pedro – Não fala isso, assim você me quebra as pernas. No dia que nos conhecemos, senti uma ligação extraordinária com você. Senti que deveria cuidar de você e é o que estou fazendo.

Eu – Sou uma pessoa de sorte por ter dois homens maravilhosos ao meu lado. Tenha certeza que você cuida muito bem de mim e eu vou sempre cuidar de você.

Após aquelas declarações fomos até cantina arranjar algo para comermos. Aquela noite foi de comemoração. Ficamos até altas horas conversando e planejando nosso futuro juntos. A partir daquele momento meu futuro não era mais a dois, agora era a três.
Os dias que se passaram foram de profunda expectativa para a chegada da primeira semana de janeiro, pois o transplante ficou marcado para aquela semana. O Ricardo era a alegria em pessoa, voltou a sorrir e a fazer suas piadinhas. Outra pessoa que estava cada vez mais impaciente era o Gustavo, ele queria a todo custo ver o Ricardo. Ele chegava a ir ao hospital, mas era impedido por nós. Pedro e eu achamos melhor o Ricardo saber somente após o transplante. O ano novo foi tranquilo, mas tão alegre quanto o natal. Novamente o Pedro passou conosco, até dividimos o mesmo sofá depois de bebermos todas.

De Chefe a Amor da Minha Vida (2 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora