Capítulo 2 - Cléo

48 3 2
                                    

Eram muitos macacos, parecia que todos os macacos da Mata Atlântica haviam se juntado em uma árvore só, eu dei alguns passos para trás mas assim que eles perceberam meus passos, eles se aproximaram e rosnaram, não que eu fosse alguma bióloga renomada mas pelo que eu havia estudado esses macacos estavam bem diferentes dos macacos que o livro dizia haver na Mata Atlântica, eles eram grandes e seus rabos tinha alguma coisa afiada na ponta, além de suas garras brilharem no sol, eu devia estar alucinando mesmo, o pior é que as pessoas ao nosso redor não pareciam perceber que tinha um bando de macacos estranhos querendo destroçar três crianças perdidas, eu me virei para os meus dois novos colegas forçados e corri, ( não, eu sei que não foi a atitude mais corajosa mas o que eu ia fazer?, iria jogar maquiagem em cima de um monte de macaco? Preferia correr mesmo), correr de fato foi uma péssima ideia, sem perceber estávamos perdidos e no meio de muitas árvores, ou seja, agora cercados de macacos estranhos que antes estavam só na nossa frente.

" O que faremos?" - Eu gritei desesperada para os dois que estavam tão assustados como eu, o menino chamado Sébastien pegou um pedaço de pau e levantou em posição de combate, sério que ele queria lutar com esse monte de macacos com unhas de metal e possivelmente cheio de raiva ou seja lá quais outras doenças existentes.
Eu fui pra trás dele e quando ele levantou o pedaço de pau, os macacos atacaram, foi tudo muito rápido mas o estranho menino era mais forte do que parecia, a mira dele também era perfeita porque o porrete improvisado não errava um macaco e a agilidade dele não deixava nenhum macaco chegar perto de mim ou da garota da franja vermelha mas tinha muitos macacos e logo logo Sébastien iria cair, fomos andando pra trás mas logo paramos porque estávamos na ponta de um barranco e abaixo dele estava um pequeno riacho, estávamos perdidos, os macacos pareciam não ir embora e nem diminuir o número e Sébastien ja estava ficando cansado,
estávamos encurralados, sem pensar muito, eu saltei no riacho na parte rasa e corri rio acima, olhando para trás vi que meu plano funcionou já que uma parcela dos macacos me seguiram pelas árvores acima do rio, deixando Sebasten com menos inimigos pra lutar. O que não eu havia pensado é o que eu faria depois que tivesse atraído eles para longe de Sébastien, e os malditos macacos não me deram tempo nem pra pensar, assim que parei, um dos macacos loucos pulou em cima mim, eu desviei mas ele riscou meu ombro, onde saiu um filete de sangue e me derrubou dentro do rio, eu não me afoguei (sempre nadei muito bem) mas senti que o riacho de alguma maneira se conectava comigo, quando olhei para meus braços eles brilhavam em uma áurea dourada e eu sentia o rio como se eu fosse um pedaço de mim, e do nada a água me colocou pra fora e eu me sentia forte, eu sabia que nao iria deixar esses macacos burros destruírem minha beleza e nem que machucassem aqueles dois esquisitos que tinham me defendido, e num piscar de olhos, o rio explodiu pela minha vontade.

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora