Capítulo 22 - Cléo

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Eu estava encantada demais para entender o que estava havendo, Opará era a guerreira mais forte de Oxum, a mistura de encanto e combate juntos, então era ela que guardava a relíquia de oxum mas como venceria uma deusa reconhecida até pelo próprio Ogun como a mais forte guerreira existente? E o encanto dela? As guerreira de Oxum eram muito conhecidas pelo seu poder, o encanto, um poder que se resume a enfeitiçar o adversário com a sua beleza e assim derrota - lo, eu me sentia fascinada e querendo apenas admirar a bela deusa mas apesar disto eu tinha um objetivo, eu deveria conquistar a relíquia de Oxum e para isso eu deveria enfrentar a poderosa guardiã, era a hora de eu usar o meu intenso treinamento com a Denise e mostrar do que eu era capaz.

" Venha criança não quero que me derrote, só quero que me mostre que é digna de empunhar o abebê sagrado de Oxum." - Ela se afastou da beira e entrou na água, no mesmo instante o barulho da queda silenciou e a lua brilhou mais forte e cheia, esse era o meu sinal para começarmos, Opará era forte e ágil mas não muito boa com a magia dos rios, e eu poderia usar isso ao meu favor, pensando nisto eu me concentrei e pequenas cordas de água começaram a cercar a Deusa.

" Ora ora, então você tem pleno domínio sobre os rios ? Hahaha Interessante pequena, mas terá que fazer muito mais do que controlar as águas para me derrotar." - Opará riu e puxou uma grande bolha de dentro da água, manipulando a bolha, a deusa deu uma forma de espada e estourou a bolha, de dentro da bolha em formato de espada saiu uma espada de cobre de verdade, grande e bem afiada, Opará partiu com tudo para cima de mim, no meu treinamento Denise disse que que eu seria forte em combate mas que para isso eu deveria me conectar com as águas e a natureza do rio, e até fazia sentido já que no episódio dos macacos eu estava dentro do rio, pensando nisso eu me esquivei como pude dos golpes rápidos e fortes da deusa guerreira, e me joguei na água, eu sentia a água me encharcado e limpando meus pensamentos, eu sentia a água renovando minhas forças, mas quando eu fui subir para a superfície, eu pude ver Opará acima de mim, ela estava controlando a água e me prendendo debaixo da mesma, ela me mataria sufocada.

" Eu também sou uma yabá minha querida, então deixe de brincar e me mostre seu valor ou eu irei mata-lá."

A luta mal havia começado e eu já estava quase morrendo, eu precisava virar o jogo, então eu tentei algo inédito que passou pela minha cabeça, eu me concentrei na água e mentalizai que meu corpo era o rio, e eu sendo o rio, poderia aparecer em qualquer outro lugar, quando forcei mais meu pensamento, eu já não estava mais presa, eu estava embaixo de Opará e ela só prendia uma ilusão minha criada pela a água, sem pensar duas vezes eu me materializei e segurei um dos pés da deusa que estava sobre as águas e puxei para baixo, pega pelo susto, ela afundou e eu no mesmo instante a prendi debaixo da água, Opará recuperando a pose, nadou para cima de mim e com sua espada ia cortando todos os os meus ataques, eu precisava tomar a frente mas eu não possuía a mesma experiência em batalha do que a bela guerreira, eu sabia que Opará não estava querendo me matar e sim me forçando a usar meus poderes querendo que eles se despertassem, em certo momento Opará me encurralou na beira do rio e transformou sua espada em uma lança dourada.

" É maravilhoso como você usa seus poderes Cléo, a inteligência e a rapidez, não sei como você aprendeu a respirar debaixo da água mas tudo bem, você é ardilosa mas eu espero mais da marcada de Oxum, porque até agora eu não vi dificuldade alguma, então brilhe pequena estrela."

Opará estava certa eu mostrei muito mais no meu treinamento do que nesta luta, Denise me ensinou muito mais do que eu havia usado até agora, todos da casa de Oxum confiava em mim e me ensinarem um pouco de suas habilidades, Opará era uma deusa e eu devia lutar com força total para pelo menos arranha - lá, então eu me concentrei e brilhei, mas literalmente eu brilhei mesmo, um brilho mágico e dourado que circundava meu corpo, Oxum era a deusa do amor, ela era a luz que iluminava e cultivava os corações apaixonados, ela era a luz que guiava os caminhos daqueles que se perderam, oxum era a mãe que abraça a todos e reluzia, então eu brilhei, eu imaginei que eu era um pedaço de todo o sol que Oxum era e com esse pensamento eu brilhei forte e uma luz dourada e forte me rodeou, eu sentia o rio sendo parte de mim, e agora eu sentia que podia dar a volta por cima, então eu me concentrei e criei uma imensa bolha embaixo de Opará, quando ela percebeu já era tarde, eu estorei a bolha e com o impulso a deusa foi lançada fora da água, então eu subi a superfície, a correnteza agora girava sobre mim e eu era o centro de um grande redemoinho, eu me concentrei na vida em torno do rio e brilhei como um pulso de luz, no mesmo instante peixes tentavam subir a correnteza do rio ou caiam de cascata abaixo, algas do rio cresciam e tentavam se amarrar aos pés da deusa que estava pisando sobre a água, os peixes a circulavam e pulavam sobre ela tentando derruba - lá, as graciosas garças que dormiam sossegadas agora tentavam arranhar ou derrubar a grande divindade, até mesmo a própria cascata havia ficado mais forte e as correntezas tentavam afundar Opará a qualquer custo, a vida do rio respondia a minha luz como se eu fosse um grande farol chamando todos os seres do rio.para lutarem comigo, já Opará tentava rebater os peixes e as garças sem tentar matar nenhum mas o ataque sobre a deusa era forte e organizado, os animais eram a distração perfeita, tudo o que eu precisava para atacar a forte deusa, eu levantei meus braços e o rio seguiu minha vontade e com toda minha força eu joguei os braços de água em cima da deusa que afundou com tudo dentro do rio. Eu sabia que não havia vencido, afinal Opará era uma poderosa deusa e eu era apenas uma criança com poderes achando que era forte, eu fiquei aguardando Opará se levantar e tentar me atacar mas nada aconteceu, eu aguardei e até diminui o meu brilho para ver melhor mas nada, os peixes e garças já haviam ido embora, o rio se acalmava e voltava ao seu fluxo normal, e Opará não havia voltado ainda, eu abaixei a guarda e comecei a me preocupar de verdade mas Opará havia sumido e não dava nenhuma dica se voltaria ou não, eu já havia pensado que tinha ganhado a batalha mas uma forte luz vinha do fundo do rio e avançava rápida para a superfície, eu me aproximei perto da água para ver o que estava vindo mas ao me abaixar, uma forma negra com roupas douradas pulou pra fora e com um grito me atacou, eu só senti um golpe forte na minha cabeça e cai com tudo dentro do rio, enquanto eu ia afundando, eu só conseguia pensar que não consegui vence - la, eu só conseguia pensar que a missão mal havia começado eu já tinha falhado comigo e com todos os quatros.

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora