Capitulo 8 - Gabriel

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   O grandalhão segurava Dryko pelos braços como se o pobre menino fosse só uma bandeira ao vento, enquanto o grandão segurava Dryko, eu pensava em como ativar o nosso plano de fuga sem arranjar mais problemas mas o grandão não tinha cara de quem iria ser enganado fácilmente o que me preocupava   mas os planos do pequeno Dryko sempre funcionavam então porque não tentar.
     A pobre vendedora da barraca estava em choque, não sei se pela beleza do grandão, porque ela o encarava muito, se era pelo roubo da sua torta bem na sua cara ou se era por causa de uns políciais estarem se aproximando para ver porque um cara imenso segurava um garoto magricelo que se debatia em desespero, quando a polícia já se aproximava, Dryko parou de se debater e baixou a cabeça, o plano mongolóide havia se iniciado com sucesso.
      O plano Mongolóide era basicamente fazer as pessoas pensarem que o Dryko não batia bem da cabeça e que as vezes ele surtava, e se alguém brigasse com ele, aconteceria um bug maior na cabeça dele, que o faria ter convulsões e crises histéricas, a minha parte era entrar na história como o irmão mais velho que deveria cuidar do irmão caçula mas se distraiu ( sim, eu sempre era muito xingado nessa parte, mas fazer o que né?). Dryko era muito inteligente, então quando ele levantou a cabeça, ele babava tanto que parecia que ele estava mesmo tendo um surto, além dos olhos perdidos e do corpo mole, ele dava pequenos tremiliques, para Dryko, o surto deveria ser o mais real possível para que as pessoas sentisse culpa e me deixasse cuidar dele, ( as emissoras famosas perdiam um grande ator mirim ) quando o grandalhão percebeu o que estava acontecendo o soltou ( essa era minha deixa) e eu corri pra abraça - lo, já pronto para brigar com o grandão que se sentiria muito culpado e ainda nos ajudaria com algum dinheiro ( lucrando sempre mesmo se eu não gostasse de enganar as pessoas dessa maneira !!!), mas quando me virei, o grandão estava falando com os políciais ( agora ferrou, o plano não havia funcionado)  e não havia mesmo mas não por causa do grandão ter nos denunciado, o que seria o esperado tanto que os policias foram embora e até a vendedora estava nem aí para nós, já que ela mesmo deu a minha torta para o gigante comer , Dryko a essa hora já deveria ter percebido que o plano não funcionou e voltado ao normal mas não, ele ainda continuava com a mesma cara e mesmo eu o chamando, ele não mudava, eu já começava a me preocupar de verdade, porque isso não era parte do plano.

" Dryko pode sair dessa já, o grandão não acreditou, fica normal e a gente corre parceiro." - Eu sussurrei para o menino, mas ele nem se moveu, só me olhou perdido e voltou a olhar para o chão
" Ele ainda vai ficar assim por um tempo, apenas para aprender a não brincar com coisa séria e também por ter tentado me enganar com um truque tão fraco e bobo, precisamos conversar Gabriel, você e o garotinho vão ter que vir comigo." - O grandalhão me disse colocando a mão no meu ombro e segurando o pequeno Dryko.
   

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora