Capítulo 34 - Beatriz

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Os próximos minutos foi só bagunça e gritaria, várias aves nos rodeava e mais e mais mulheres chegavam do nada para conter a bagunça mas os filhos de Egunitá não eram criaturas fáceis, eles eram bagunceiros e barulhentos, discutindo entre si, onde passavam derrubava as coisas e as pobres bruxas não conseguiam nem se aproximar deles, e o pior é que eles não estavam sequer lutando, apenas conversando entre si.

" Beatriz achou seus amigos ? " - Gabriel estava com as mãos um pouco chamuscada  mas estava vestido e pronto para o combate.

" Consegue libertar Egunitá? " - Eu perguntei.

" Claro !! " - Gabriel segurou seu Machado e empunhou ao tocar na jaula, ele se incendiou e transformou a jaula em pó - " Sabia que o meu Oxê é imune a qualquer feitiçaria ? Descobri quando a Funan me atacou hahaha. "

Enquanto os filhos de Egunitá estavam atrapalhando e barrando as outras bruxas, Funan lutava com uma espada contra a bruxa de tatuagem de falcão, as duas gritavam e se batiam com fúria, parecia um duelo até a morte.

" Beatriz vá, os ancestrais precisam de você, eu e meus filhos iremos atrasar elas, assim que os liberta, eles os levarão até seus amigos, corra, vocês não tem tempo, aquela maldita coruja logo logo irá aparecer " - Egunitá nos deu algo que parecia uma benção e simplesmente sumiu na nossa frente.

" Vamos lá então !! "

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Andamos um bocado até chegarmos em um sala escura cheia de jaulas de bambu, só podia ser esse o lugar.

" Tem alguem ai?  " - Eu gritei.

" Não tem ninguém mestra, mas corra antes que o guardião delas volte" - Na nossa frente em uma jaula estava, um senhorzinho transparente mas invés de cinza, ele era mais branco leitoso, como um fantasma deveria ser.

" Meu senhor quem é o guardião delas  ? " - Gabriel perguntou a senhor.

" Não temos tempo mestre, nos liberte e vamos sair daquii logo, na outra parede estão os outros " - O velho senhor estava falando mas parou no meio e apontou para trás.

Uma coruja imensa nos encarava e várias outras aves estava a sua volta (merdaa !!)

" Gabriel liberte eles, eu irei atrasar elas " - Eu ordenei e fui contra elas.

A coruja quando me viu, invés de atacar simplesmente abriu as asas libertando várias aves e abelhas e depois voou, eu não tinha tempo e as Yás tinham a vantagem numérica e eram mais experientes, então teríamos que ser rápidos, as abelhas foram os mais fáceis eu simplesmente as incinerei com uma simples rajada de fogo mas as aves se transformava em bonecos com armas que eram rápidos e fortes, pelo cantos dos olhos eu via Gabriel quebrando as jaulas e juntando vários senhorzinhos transparentes mas em segundos a sala estava cheia de bonecos perigosos, tão cheia que enquanto eu derrubava um, três substituam o lugar dele.

Eu segurei o eruxim e concentrei todo meu poder enquanto voava até o Gabriel e os eguns aprisionados, eu sabia que em números eles me derrotariam mas eu não queria vence - los e sim atrasar eles, então me concentrando nisso, eu convoquei  os ventos e os mandei criar uma barreira em nosso torno, os bonecos iam se aproximando mas não ultrapassavam a parede de vento mas iam se amontoando um encima do outro, fechando um cerco entre a gente.

" Gabriel falta muito ? Eu não vou conseguir segurar essas coisas por mais tempo"  - Eu gritei.

E eu estava no meu limite, meus cabelos esvoavam e o vestido branco da Funan já estava encharcado de suor, eu ia lançados rajadas de vento nos bonecos que se aproximavam de nós mas já estávamos cobertos, tínhamos apenas as luzes das chamas que eu havia invocado, eu não aguentaria segurar esses bonecos por mais tempo, mas eu deveria, caso o guardião voltasse, Gabriel conseguiria lutar com ele com toda força.

" Estamos prontos Beatriz " - Gabriel estava derrubando uns bonecos e tentando abrir caminho mas era inútil.

" Gabriel empurra os senhores para o canto, eu tive uma ideia" - Eu disse a ele.

" Beatriz você já tá fraca demais, deixar eu te ajudar " - Ele respondeu.

Mas eu sabia que não poderia esperar, eu me concentrei em tudo que Oyá era, na força do sacrifício, na independência de uma guerreira e acima de tudo na destruição que ela era capaz e como da primeira vez que eu usei meus poderes, eu soltei um grito alto e poderoso, meus pelos se eriçaram e tudo ficou branco.

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" Beatriz? Acorda !! " - Gabriel estava me segurando em seus braços.

" Onde estou? Porque está tudo tão claro? " - Eu olhei ao redor e só via uma cabana incendiada e várias cabeças de bonecos chamuscadas.

" Eu não sei como mas você destruiu todos aqueles bonecos com um grito hahaha " - Gabriel sorria em seu rosto tinha fuligem mas ele parecia bem.

" O grito de Oyá, é uma técnica onde você se eleva ao extremo para um golpe final, ele esgota o usuário mas é extremamente poderoso, seria como um poderoso raio que extermina tudo que toca, parabéns mestra " - O fantasma do senhor se curvou a mim.

" Agora que saímos, Egunitá disse que vocês poderiam nos ajudar a chegar a nossos amigos, se passamos por tudo isso, nem imagino o que eles estão passando "

" Sim, podemos abrir um portal mas  ... " - Uma lâmina escura transpassou o corpo transparente do velho egun e no mesmo instante ele virou pó, em nossa frente uma massa escura, com cheiro podre e fria se aproximava.

" Eu disse que aqui não era lugar dos vivos crianças, agora irão ficar para sempre aqui " -  Uma voz rouca e grossa nos alertava, enquanto meus olhos já cansados focavam em seus olhos, duas esferas negras com um brilho roxo.

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora